Não bastaria “ser bom”?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

QUÃO maravilhoso seria o mundo se todos os que vivessem fossem realmente bons! Ninguém, apesar do sexo ou da idade, precisaria ter medo de ser atacado pelas costas, estuprado, ou maltratado. Não existiriam prisões, e não haveria policiais, nem militares. Sim, que mundo maravilhoso seria esse!
Admitidamente, sob as atuais condições, esperar que surja tal mundo parece bem irrealístico. Ainda assim, as pessoas que se esforçam de levar uma vida de bondade são dignas de encômios. Seus esforços talvez parecem dar poucos frutos na criação de um mundo melhor, mas, pelo menos, não estão contribuindo para que se torne pior.
Mas, basta “ser bom”? Isso talvez agrade a nossos amigos e vizinhos, mas é suficiente para agradar ao nosso Criador? As pessoas desejosas de obter a aprovação de Deus gostariam de saber.

O Que Significa “Ser Bom”?
“Ele é um bom menino” com freqüência significa pouco mais do que dizer que ele não é ruim, isto é, não é conhecido por praticar coisas más. Mas, quando empregada em sentido religioso, a expressão “ser bom” teria de incluir algo mais. Por quê?
Sem sombra de dúvida, há muitas pessoas atéias, agnósticas e não-religiosas que são moralmente boas. Não se notabilizam por praticarem coisas más. Mas, será que basta serem boas neste sentido para agradarem ao Criador, cuja própria existência elas rejeitam, duvidam, ou preferem ignorar? É óbvio que não.
Assim, é necessário o conhecimento exato do que Deus considera bom, para que nós, ‘por não conhecermos a justiça de Deus’, não procuremos ‘estabelecer a nossa própria’. (Romanos 10,1-3) Isto seria um erro, porque os padrões humanos de justiça — o que nós julgamos ser bom — falham seriamente de atingir o padrão divino.
Durante seu ministério terrestre, o Filho de Deus, Jesus Cristo, indicou o que é este padrão divino do que é bom. Um homem rico lhe indagou: “Que preciso fazer de bom, a fim de obter a vida eterna?” O informe sobre a palestra deles é mui revelador. Lemos: “‘Observa continuamente os mandamentos.’ Disse-lhe ele: ‘Quais?’ Jesus disse: ‘Ora, não deves assassinar, não deves cometer adultério, não deves furtar, não deves dar falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, e tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’ O jovem disse-lhe: ‘Tenho guardado a todos estes; que me falta ainda?’ Jesus disse-lhe: ‘Se queres ser perfeito, vai vender teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu, e vem, sê meu seguidor.’ Quando o jovem ouviu estas palavras, afastou-se contristado, pois era muito rico.” — Mateus 19,16-22.
Especialmente em vista da lassidão na moral e no comportamento social da atualidade, não consideraria tal homem como sendo bom? Ele jamais havia matado, jamais cometera adultério, jamais roubara, jamais dera falso testemunho, jamais deixara de honrar seus pais, ou de amar o próximo como a si mesmo.
Jesus, porém, indicou que não bastava tal homem ser bom. Faltava-lhe ainda algo, algo que o impedia de ser perfeita ou completamente bom. O quê? O amor abnegado a Deus, que o motivaria a tornar-se seguidor de Cristo. O amor abnegado que também o faria participar ativamente na pregação do Reino de Deus, a obra que Jesus treinava seus seguidores a fazer. Visto que o texto diz que este homem “tinha muitas propriedades”, é bem possível que estas tomassem muito de seu tempo. Por seguir o conselho prático de Jesus, de livrar-se destas posses materiais, distribuindo-as aos pobres, ele estaria relegando os interesses materiais a uma posição de menor importância do que os espirituais. Isto lhe permitiria persistir em “buscar primeiro o reino”, com muito menos distrações. — Mateus 6,33.
Assim, ser bom à vista de Deus significa mais do que apenas deixar de fazer o mal. Significa praticar ativamente o bem por ser seguidor de Cristo. Isto incluiria dar “testemunho da verdade” sobre Deus e seus propósitos, tornando ‘manifesto o Seu nome’ a outros, bem como defendendo-o com zelo em face de acusações falsas e mentiras, assim como Jesus fez. (João 17,4. 6; 18,37) Também significaria “partilhar as coisas com outros”. — Hebreus 13,15.16.

Como Tornar-se Melhor ao que Apenas Bom
Visto que não basta ser bom, o que devemos fazer para nos tornarmos ainda melhores? Lucas 10,38-42 oferece-nos um indício. Ali, lemos:
Certa mulher, de nome Marta, recebeu [Jesus] como hóspede em sua casa. Esta mulher tinha também uma irmã, chamada Maria, a qual, porém, se assentara aos pés do Senhor e escutava a palavra dele. Marta, por outro lado, estava desatenta por cuidar de muitos deveres. Ela chegou assim perto e disse: ‘Senhor, não te importa que minha irmã me deixou sozinha para cuidar das coisas? Dize-lhe, portanto, que venha ajudar-me.’ Em resposta, o Senhor disse-lhe: ‘Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas. Poucas coisas, porém, são necessárias, ou apenas uma. Maria, por sua parte, escolheu a boa porção, e esta não lhe será tirada.
O que revela esta conversa? Embora fosse elogiável ministrar a Jesus em sentido físico, ouvir os ensinos dele, mostrando assim o devido apreço pelos assuntos espirituais, o era ainda mais. O que Marta fez foi bom. Mas, naquele determinado momento, não foi suficientemente bom. Assim, aquilo que Maria fez foi melhor.
Esta ênfase colocada sobre os valores espirituais, em contraste com os físicos ou materiais, foi também sublinhada por Jesus em seu Sermão do Monte. Disse ele: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.” — Mateus 5,3.
Conhece quaisquer pessoas boas que, apesar de o serem, não estão especialmente ‘pobres de espírito’? Talvez conheça. Com efeito, talvez até mesmo reconheça-se como uma delas. Se assim for, seria sábio esforçar-se de aprender qual é o padrão de Deus do que é bom, por voltar sua atenção para as coisas espirituais.
Por assim agir, poderá viver plenamente sob as graças de Deus. Nele, ninguém jamais correrá de novo o risco de ser atacado pelas costas, nem as mulheres terão medo de ser estupradas ou submetidas a abusos sexuais. Não haverá mais prisões. Nem haverá policiais ou militares — pois estes terão encontrado um emprego mais gratificante.

Fonte: extraído de revistas cristãs e adaptado por Emerson de Oliveira

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