Apresentando a série "Igrejas católicas não-tão-belas" venho aqui comentar algumas obras arquitetônicas de igrejas católicas muitas vezes influenciadas pelo modernismo. A falta de bom gosto ligada à essência e pureza da fé podem se ver em algumas destas da série.
Antes de começarmos, gostaria de introduzir antes algo muito belo, modelo da perfeição e beleza relatados no livro "A arquitetura católica e o espírito da liturgia", de Denis R. McNamara em perfeita sintonia. Para o Dr. McNamara, os edifícios da igreja são concebidos como representações sacramentais das realidades eternas. Estas realidades eternas são expressas na liturgia do céu, e na medida em que a liturgia da terra participa e recebe a sua eficácia salvífica da liturgia do céu, o edifício da igreja, no seu design e decoração, pretende demonstrar a relação entre os dois. Na verdade, as belas igrejas fazem exatamente isso, e é a nossa percepção da forma em que a concepção terrena e celeste são co-inerentes que podemos perceber quando um edifício é uma igreja, ou se alguma coisa deu errado e o que o que temos é um edifício que não pode decidir o que é.
Esta é a Hagia Sophia, uma das belas igrejas do mundo. Hoje é um museu, as orações dos fiéis foram silenciadas e substituídas pelas vozes de turistas e seus guias. Hagia Sofia ainda inspira, embora permaneçam apenas vestígios de sua antiga glória. No entanto, para o cristão, a experiência pode ser feito com profunda tristeza.
O fiel familizarizado com os espaços sagrados que ainda ressoam com as orações de nossas liturgias sagradas sabem imediatamente que Hagia Sofia é agora um edifício privado de seu verdadeiro propósito. Foi construído, não simplesmente como um monumento à cultura humana, mas como um templo no qual a Eucaristia do Senhor seria celebrada e participada. Apesar da eliminação da sua arte sacra cristã e dos espaços que já foram ocupados pelo altar e santuário, ainda se sabe que o edifício é uma igreja. Porquê? Porque apesar de todos os esforços para descristianizar, islamizar e secularizar, ela ainda se parece com uma igreja.
Há muito para se falar sobre isto, indo desde o fato de que uma igreja católica deve começar a evangelizar já desde logo sua arquitetura até o espaço interno, que deve convidar os fiéis à reflexão e oração. Quanto disto se pode dizer de certos exemplares (por que não dizer, bizarros) de certas igrejas com arquiteturas com influência modernista, muitas delas parecendo até um restaurante ou um hotel do que uma igreja?
Isto tudo reflete as crenças do autor, do arquiteto e das pessoas envolvidas num projeto. A arquitetura é uma arte, mas estes exemplares desta série, assim como as artes nazista e soviética, só demonstram as distorções, incongruências e degeneração dos idealizadores. As verdadeiras igrejas católicas remetem a Deus; as modernistas remetem ao homem.
Então, iniciando as arquiteturas de "igrejas católicas não-tão-belas", vejamos esta catedral que é a "Cristo, esperança do mundo", em Viena, Áustria. Ela se localiza na cidade de Donau, por isto também é chamada de "igreja da cidade de Donau" ou "igreja da caixa-preta". Seu arquiteto é Heinz Tesar.
Parecendo-se mais com um supermercado Makro ou um Walmart, esta catedral deveria inspirar religiosidade e espiritualidade mas para mim mais parece um desafio de um cubo mágico preto gigante. É horrível. Não sei se parece um cubo ou um túmulo. O que o arquiteto quis dizer? Que Deus morreu e está enterrado aqui? É de péssimo mal gosto.
Note as pessoas passando na frente (ou ao lado, seja o que for). Nem notam a "catedral". Se fosse uma "Duomo de Mião", com certeza estaria chamando não só a atenção por fora, mas por dentro. Isto demonstra a própria filosofia e crença do arquiteto e de seus projetistas.
Este é o altar (?). Como podemos notar, a desacralização é generalizada. Onde deveria se haver uma grande menção do mistério ontológico da fé, há uma balbúrdia desenvairada de sinais e mensagens que remetem mais ao humano do que ao sagrado.
Para saberem mais, visitem http://www.donaucitykirche.at/kontakt/
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