Por que fico tão deprimido?

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sentimento de Perda
Francine Klagsbrun escreveu em seu livro Too Young to Die—Youth and Suicide (Jovem Demais Para Morrer — A Juventude e o Suicídio): “Na raiz de muitas depressões de ordem emocional jaz um profundo sentimento de perda, de alguém ou de algo que tenha sido amado profundamente.” Assim, a perda dum genitor, seja na morte, seja através do divórcio, a perda dum emprego ou duma carreira, ou até mesmo a perda da saúde física, também poderia ser a causa da depressão.
Uma das mui devastadoras perdas para o jovem, porém, é a privação do amor, o sentimento de não ser desejado nem ter alguém que se importe com ele. “Quando minha mãe nos deixou, eu me senti traída e sozinha”, revelou uma jovem chamada Marie. “Meu mundo subitamente parecia ter virado de cabeça para baixo.”
Imagine, então, quão desnorteados e feridos se sentem alguns jovens quando confrontados com problemas familiares, tais como o divórcio, o alcoolismo, o incesto, o espancamento da esposa, o abuso sexual de menores, ou a simples rejeição por parte do pai (ou da mãe) que está mergulhado em seus próprios problemas. Quão veraz é o provérbio bíblico: “Mostraste-te desanimado no dia da aflição? Teu poder [inclusive a capacidade de resistir à depressão] será escasso”! (Provérbios 24,10) O jovem talvez até mesmo se culpe, erroneamente, pelos problemas da família.

Reconhecer os Sintomas
Há diferentes graus de depressão. Um jovem poderia, temporariamente, ficar com o moral baixo por algum transtorno. Mas, em geral, tal melancolia é relativamente curta.
No entanto, se persiste a disposição melancólica e deprimida, e o jovem nutre generalizado sentimento negativo, junto com sentimentos de inutilidade, de ansiedade e de ira, isto pode transformar-se no que os médicos chamam de depressão crônica de baixo grau [primária]. Como mostram as experiências de Marcos e de Márcia (mencionados no início), os sintomas podem variar consideravelmente. Um jovem pode ter episódios de ansiedade. Outro pode sentir-se sempre cansado, não ter apetite, ter dificuldades de dormir, perder peso, ou sofrer uma série de acidentes.
Alguns jovens tentam dissimular a depressão por se entregarem à busca louca de prazer: uma rodada infindável de festas, promiscuidade sexual, vandalismo, beber em excesso, e coisas semelhantes. “Realmente não sei por que tenho de sair o tempo todo”, confessou um rapaz de 14 anos. “Só sei que, quando estou sozinho, sem ninguém, eu me dou conta de quão mal me sinto.” É exatamente como a Bíblia descreveu: “Mesmo no riso o coração talvez sinta dor.” — Provérbios 14,3.

Quando Se Trata de Algo Mais do que Melancolia
Caso não se combata a depressão crônica de baixo grau, ela pode tornar-se uma doença mais grave — a depressão profunda.“Eu me sentia constantemente como se estivesse ‘morta’ por dentro”, explicou Marie, vítima de depressão profunda. “Eu simplesmente existia, sem sentir emoção alguma. Sentia-me constantemente apreensiva.” Na depressão profunda, a disposição tristonha é constante, e pode prosseguir durante meses. Por conseguinte, este tipo de depressão é o ingrediente mais comum no caso dos suicídios de adolescentes — o que agora é considerado uma “epidemia oculta” em muitos países.
A emoção mais persistente ligada à depressão profunda — e a mais mortífera — é uma profunda sensação de desesperança. O Professor John E. Mack escreve a respeito duma jovem de 14 anos, chamada Vivienne, vítima de depressão profunda. Segundo todas as aparências, ela era uma jovem ideal, tendo pais que se importavam com ela. Todavia, nas profundezas do desespero, ela se enforcou! Escreveu o Professor Mack: “A incapacidade de Vivienne de prever que sua depressão pudesse dissipar-se algum dia, que ela tivesse alguma esperança de finalmente obter alívio de sua dor, é um importante elemento na decisão dela de se matar.”
Os que padecem de depressão profunda sentem-se, assim, como se jamais fossem melhorar, como se não existisse o amanhã. Tal desesperança, de acordo com os peritos, não raro leva ao comportamento suicida.
O suicídio, contudo, não é a solução. Admitiu Marie, cuja vida se tornara um pesadelo vivo: “Idéias suicidas certamente me passaram pela mente. Mas compreendi que, conquanto eu não me matasse, sempre haveria uma esperança.” Pôr fim a tudo deveras não resolve nada. Infelizmente, diante duma situação desesperada, muitos jovens não conseguem sequer visualizar alternativas, ou a possibilidade de um desfecho favorável. Marie, assim, tentou ocultar seu problema por tomar injeções de heroína. Disse ela: “Eu me sentia muito autoconfiante — até passar o efeito da droga.”

Extraído de revistas cristãs

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