Santo, santo, santo é o Senhor

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Isaías ficou pasmado com o que presenciou numa visão da parte de Deus. Parecia tão real! Mais tarde, ele escreveu que realmente ‘chegou a ver o Senhor’ em Seu trono enaltecido e Suas longas ‘vestes’ que enchiam o enorme templo de Jerusalém. — Isaías 6,1-2.
Isaías também ficou pasmado com o que ouviu: um canto tão forte que estremecia os alicerces do templo. Os cantores eram serafins, criaturas espirituais de altíssimo posto. A poderosa melodia deles soava palavras de pura grandeza: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” (Isaías 6,3-4) Entoar a palavra “santo” três vezes conferiu-lhe ênfase especial e isso é bem apropriado, pois o Senhor é santo em grau superlativo. (Apocalipse 4,8) A santidade do Senhor é enfatizada na Bíblia inteira. Centenas de versículos associam o Seu nome às palavras “santo” e “santidade”.
Obviamente, pois, uma das primeiras coisas que Deus deseja que entendamos a seu respeito é que ele é santo. Essa idéia, no entanto, afasta a muitos hoje que erroneamente associam santidade com farisaísmo, ou falsa piedade. Para pessoas que lutam contra sentimentos negativos a respeito de si mesmas, a santidade de Deus pode parecer mais intimidadora do que atraente. Talvez temam jamais ser dignas de se achegarem a esse Deus santo. Assim, muitos se afastam dele por causa de sua santidade. Isso é lamentável, pois a santidade de Deus, na verdade, deveria impelir-nos a nos achegarmos a ele. Como assim? Antes de respondermos a essa pergunta, vejamos o que é a verdadeira santidade.

O que é santidade?
Ser santo não significa que Deus seja presunçoso, altivo ou arrogante. Ao contrário, ele odeia essas características. (Provérbios 16,5; Tiago 4,6) Assim, o que realmente significa a palavra “santo”? No hebraico bíblico, ela deriva de um termo que significa “separado”. Na adoração, “santo” se aplica ao que é separado do uso comum, ou tido como sagrado. A santidade tem também forte conotação de limpeza e pureza. Em que sentido essa palavra se aplica a Deus? Significa que ele está “separado” de humanos imperfeitos, bem longe de nós?
De modo algum. Como “Santo de Israel”, Deus disse que morava no “meio” de seu povo, embora esse fosse pecaminoso. (Isaías 12,6; Oséias 11,9) Assim, a santidade do Senhor não o torna distante. Em que sentido, então, ele está “separado”? De duas maneiras importantes. Primeiro, ele está separado, ou distinto, de toda a criação no sentido de que somente ele é o Altíssimo. A sua pureza é absoluta e infinita. (Salmo 40,5; 83,18) Segundo, Deus está inteiramente separado de toda pecaminosidade, uma idéia consoladora. Por quê?
Vivemos num mundo em que a verdadeira santidade é uma raridade. Tudo a respeito da sociedade humana alienada de Deus é poluído de alguma maneira, manchado com pecado e imperfeição. Todos nós temos de lutar contra o pecado dentro de nós. E todos corremos o risco de sermos vencidos pelo pecado, se baixarmos a guarda. (Romanos 7,15-25; 1 Coríntios 10,12) Deus não corre esse risco. Totalmente afastado da pecaminosidade, jamais será manchado pelo mais leve traço do pecado. Isso reforça nosso conceito de Deus como Pai ideal, pois significa que ele é inteiramente confiável. Ao contrário de muitos pais humanos pecadores, Deus jamais se tornará corrupto, dissoluto ou abusivo. A sua santidade impede tais coisas. Algumas vezes, Deys até mesmo jurou em nome de sua própria santidade, pois nada poderia ser mais digno de confiança. (Amós 4,2) Não acha isso animador?

O Catecismo da Igreja (CEC) reza:
2014 - O progresso espiritual tende à união sempre mais íntima com Cristo. Esta união recebe o nome de "mística", pois ela participa no mistério de Cristo pelos sacramentos "os santos mistérios" e, nele, no mistério da Santíssima Trindade, Deus nos chama a todos a esta íntima união com Ele, mesmos que graças especiais ou sinais extraordinários desta vida mística sejam concedidos apenas a alguns, em vista de manifestar o dom gratuito feito a todos.

2015 - O caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual envolve ascese e mortificação, que levam gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças:

Aquele que vai subindo jamais cessa de progredir de começo em começo, por começos que não têm fim. Aquele que jamais cessa de desejar aquilo que já conhece.
A santidade faz parte da própria natureza de Deus. O que isso significa? Para ilustrar: considere as palavras “homem” e “imperfeito”. Não podemos falar da primeira sem lembrar da segunda. Somos marcados pela imperfeição e ela deixa vestígios em tudo o que fazemos. Considere agora duas palavras bem diferentes: “Deus” e “santo”. A santidade é própria de Deus. Tudo a seu respeito é limpo, puro e correto. Não podemos conhecer a Deus como ele realmente é sem entender essa palavra profunda — “santo”.

Extraído de revistas cristãs e adaptado por Emerson H. de Oliveira

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