Catolicismo e liberalismo são incompatíveis

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Com base na natureza do catolicismo e nas proclamações dos Santos Padres, o liberalismo e o catolicismo são enormemente incompatíveis. Muitos, porém, podem não pode ter essa impressão a partir das práticas da Igreja Católica atual.

O liberalismo é, basicamente, a idéia de que uma religião é tão boa quanto qualquer outra. A doutrina católica tradicional afirma que isso é um erro condenável, uma postura que rapidamente se traduz em uma atitude de tibieza, que é muitas vezes mascarada de tolerância.

Os papas e líderes católicos afirmam que a Revolução Protestante é a origem do liberalismo moderno por causa de sua introdução à interpretação particular da Bíblia. Isto removeu a autoridade legítima da religião e inverteu a hierarquia natural, colocando a pessoa sobre a Igreja. Este espírito de rebelião desde então enraizou-se tanto no homem moderno que é praticamente visto como uma virtude rebelar-se contra a ordem. Se uma pessoa tem o direito de decidir por si próprio o que a Bíblia quer dizer, isso implica que elas podem decidir o que cremos ser verdadeiro ou não. Na verdade, elas estão decidindo sobre o mérito da própria verdade. Se a verdade é delas para decidir, então toda objetividade na verdade está perdida. A posição protestante insiste em que Deus fala através das Escrituras, é a sua autoridade. No entanto, uma vez que Deus não pode contradizer a si mesmo, parece improvável que Ele está diretamente inspirando literalmente milhões de mentes que ponderam as Escrituras e de alguma forma chegam a conclusões tão diferentes que há milhares de seitas cristãs, todas diferentes em pontos de doutrina, mesmo as mais básicas.

A Igreja Católica acredita que todas as verdades necessárias para a salvação foram comunicadas por Cristo, preservadas e estabelecidas na Tradição e nas Escrituras. O catolicismo, por sua natureza é tradicional, com o depósito das verdades cristãs. Enquanto cada pessoa é livre para fazer uma escolha sobre se aceita ou rejeita este depósito da verdade, elas não são livres para reinventar verdades ou de escolher em quais elas aceitam ou quais descartam. O catolicismo não ensina que outras religiões são boas. Na verdade, é intolerante e ensina que não há salvação fora da Igreja. Esta declaração tem um sentido brutal se tomada do ponto de vista da verdade; a verdade é intolerante, por sua natureza, permitindo apenas o que está de acordo com a realidade de ter o selo de autenticidade. Enquanto muitos podem não concordar com a afirmação da Igreja, não podem argumentar que isto não é lógico. Anunciar que há uma verdade exclusiva é a antítese do liberalismo.

Acima de tudo, temos o ensinamento da Igreja e sos papas que, vendo a tendência que surgiu a partir da época da Revolução Protestante, têm alertado para o liberalismo e seu impacto se não for verificado. O Papa Pio IX em sua "Sílabo dos Erros" atacou o liberalismo e seus avanços, declarando-o um pecado grave. Pio X em sua encíclica "Pascendi" foi profético em suas advertências contra o liberalismo e o que estava por vir na Igreja e no mundo. O livro "O liberalismo é pecado", do padre Felix Sarda Y Salvany foi elogiado pelo Papa Leão XIII quando foi lançado, para grande desgosto dos liberais, que lhe enviaram um exemplar para que pudesse condená-lo. Uma versão resumida ainda está disponível em inglês pela Tan Books. Todos viram o Liberalismo como o grande mal dos tempos modernos.

Muitos religiosos, no entanto, afastaram-se das advertências contra o liberalismo. Muitos insistem que isso é devido aos próprios liberais começarem a tomar posições de alto poder na Igreja e silenciaram as resistências às suas idéias. Seja qual for o caso, é evidente o grande contraste nas décadas entre Pio X e o Vaticano II. O Vaticano II viu o surgimento do Liberalismo aberto; em seu espírito, religiosos procuraram suavizar as rígidas normas medievais e as doutrinas intolerantes da Igreja Católica para melhor permitir que a Igreja fosse bem-vinda e integrada com o mundo moderno. A proposta era que se a Igreja se modernizasse, as pessoas migrariam para ela. As estatísticas provaram o contrário: o liberalismo tem sido um desastre para a Igreja pois as frequências e vocações continuam secando, outra prova verdadeira de que o liberalismo e o catolicismo não podem se fundir. Muitos diriam que o Vaticano II foi o concílio que permitiu que o liberalismo tomasse conta da Igreja, destruísse suas tradições ea sua reputação e a deixou como uma caricatura de si mesma. Alguns, no entanto, entendem o Concílio Vaticano II como um lento processo se não for mal interpretado, sendo apenas um mau começo para algo que irá desenvolver no futuro. O tempo dirá. O avanço do liberalismo na Igreja não é mais evidente do que na política da Igreja sobre o ecumenismo.
O ecumenismo costumava ser o ensinamento de que todos os povos se uniriam por pertecerem à Igreja Católica e as verdades de Cristo. O liberalismo amaciou isto ao longo das décadas até que ele se transformasse em um movimento interreligioso, que procura unir não apenas os cristãos, mas todas as religiões, numa espécie de limbo confortável de diálogo interreligioso e interativo que busca o entendimento e respeito mútuos. Parece muito nobre, mas é somente uma rede de relações humanas, independentemente dos direitos de Deus e Suas verdades, de acordo com aquilo que Cristo já advertiu.

Esta questão é um ponto muito disputado entre as forças modernistas e conservadoras na Igreja Católica. Talvez a resposta mais fácil seja simplesmente dizer "pelos seus frutos os conhecereis" e deixar o leitor com suas observações e conclusões.

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