Podemos confiar no Jesus dos Evangelhos?

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011


Há dúvidas bem fundadas?
Mas, podemos mesmo confiar na versão sobre Jesus apresentada nos Evangelhos? Descrevem eles o verdadeiro Jesus? O falecido professor de crítica e exegese bíblica na Universidade de Manchester, Inglaterra, Frederick F. Bruce, declarou: “Usualmente não é possível demonstrar por meio de argumentos históricos a verdade de cada pormenor num escrito antigo, quer dentro quer fora da Bíblia. Basta ter confiança na fidedignidade geral do escritor; uma vez estabelecido isso, há a priori uma probabilidade de que seus pormenores sejam verazes. . . . O Novo Testamento não tem menos probabilidade de ser historicamente fidedigno só porque os cristãos o receberam como literatura ‘sagrada’.”
James R. Edwards, professor de religião na Faculdade de Jamestown, North Dakota, EUA, depois de examinar dúvidas a respeito de como Jesus é retratado nos Evangelhos, escreveu: “Podemos afirmar com confiança que os Evangelhos preservam um conjunto diverso e significativo de evidências da verdade real referente a Jesus. . . . A resposta mais razoável à pergunta de por que os Evangelhos retratam Jesus do modo como o fazem é porque Jesus essencialmente era assim. Os Evangelhos preservam fielmente a lembrança que ele deixou aos seus seguidores, de que ele era o divinamente legitimado e habilitado Filho e Servo de Deus.”

Em busca de Jesus
Que dizer das referências não-bíblicas a Jesus Cristo? Como são avaliadas? As obras de Tácito, Suetônio, Josefo, Plínio, o Jovem, e de alguns outros escritores clássicos incluem numerosas referências a Jesus. Sobre eles, diz The New Encyclopædia Britannica (1995):
“Esses relatos independentes provam que, na antiguidade, mesmo os oponentes ao cristianismo nunca duvidaram da historicidade de Jesus, disputada pela primeira vez, e em bases inadequadas, no fim do século 18, durante o século 19 e no começo do século 20.”
Lamentavelmente, os eruditos hodiernos, na sua busca do Jesus “real” ou “histórico”, parecem ter escondido a verdadeira identidade dele atrás de camadas de especulações sem base, dúvidas sem sentido e teorias infundadas. De certo modo, são culpados da criação de mitos, a mesma culpa que erroneamente atribuem aos escritores dos Evangelhos. Alguns ficam tão ansiosos de promover a própria reputação e de relacionar seu nome a uma espantosa teoria nova, que deixam de examinar honestamente a evidência existente a respeito de Jesus. Neste processo, criam um “Jesus” equivalente à invenção duma fantasia erudita.
O verdadeiro Jesus pode ser encontrado na Bíblia pelos que querem achá-lo. Luke Johnson, professor do Novo Testamento e de origens cristãs, da Escola de Teologia Candler, na Universidade Emory, argumenta que a maioria das pesquisas a respeito do Jesus histórico despercebe o objetivo bíblico. Ele diz que seria interessante examinar o contexto social, político, antropológico e cultural da vida e da era de Jesus. Todavia, ele acrescenta que descobrir aquele a quem os eruditos chamam de Jesus histórico “dificilmente é o objetivo das Escrituras”, estando essas “mais preocupadas em descrever o caráter de Jesus”, sua mensagem e seu papel como Redentor. Então, qual era o verdadeiro caráter e a verdadeira mensagem de Jesus?

O verdadeiro Jesus
Os Evangelhos — os quatro relatos bíblicos da vida de Jesus — retratam um homem de muita empatia. A piedade e a compaixão induziram Jesus a ajudar pessoas doentes, cegas e com outros padecimentos. (Mateus 9,36; 14,14; 20,34) Jesus ‘gemeu e entregou-se ao choro’ por causa da morte do amigo Lázaro e do pesar que isso causou às suas irmãs. (João 11,32-36) Na realidade, os Evangelhos revelam a amplitude dos sentimentos de Jesus — pena de um leproso, alegria com o êxito dos seus discípulos, indignação contra os legalistas insensíveis e tristeza pela rejeição do Messias por Jerusalém.
Quando Jesus realizava um milagre, ele muitas vezes enfocava a participação do beneficiado: “A tua fé te fez ficar boa.” (Mateus 9,22) Elogiou Natanael como “um verdadeiro israelita, no qual não [havia] falsidade”. (João 1,47, Bíblia Mensagem de Deus) Quando alguns acharam que a dádiva de apreço feita por uma mulher era exorbitante, Jesus a defendeu e disse que o relato da generosidade dela seria lembrado por muito tempo. (Mateus 26,6-13) Mostrou ser verdadeiro amigo e companheiro afetuoso dos seus seguidores, ‘amando-os até o fim’. — João 13,1; 15,11-15.
Os Evangelhos mostram também que Jesus discernia logo as necessidades da maioria das pessoas com que se encontrava. Quer conversando com uma mulher junto a uma fonte, quer com um instrutor religioso num jardim ou com um pescador junto a um lago, ele tocava o coração deles. Depois das palavras iniciais de Jesus, muitas dessas pessoas lhe revelaram seus pensamentos mais íntimos. Ele as fazia corresponder ao que dizia. Embora as pessoas no seu tempo talvez mantivessem distância dos homens de autoridade, a Jesus elas rodeavam. Gostavam de estar com ele; sentiam-se bem na sua companhia. Crianças sentiam-se à vontade com ele, e quando usou uma criancinha como exemplo, ele não apenas fez a criança ficar de pé diante dos discípulos, mas também ‘pôs os braços em volta dela’. (Marcos 9,36; 10,13-16) Deveras, os Evangelhos retratam Jesus como homem de tanto carisma, que houve algumas pessoas que ficaram três dias com ele só para ouvir as suas palavras cativantes. — Mateus 15,32.
A perfeição de Jesus não o tornou supercrítico, nem arrogante e dominador, das pessoas imperfeitas e cheias de pecado entre as quais vivia e pregava. (Mateus 9,10-13; 21,31, 32; Lucas 7,36-48; 15,1-32; 18,9-14) Jesus nunca foi exigente. Não aumentava o fardo das pessoas. Antes, ele disse: “Vinde a mim, todos os que estais labutando . . . e eu vos reanimarei.” Seus discípulos achavam que ele era “de temperamento brando e humilde de coração”; o jugo dele era benévolo e sua carga era leve. — Mateus 11,28-30.
O caráter de Jesus é revelado nos relatos evangélicos com incontestável veracidade. Não seria fácil para quatro pessoas diferentes inventarem um personagem extraordinário e depois apresentarem um retrato coerente dele em quatro narrativas distintas. Seria quase impossível que quatro escritores diferentes descrevessem e coerentemente apresentassem o mesmo quadro de um personagem que realmente nunca existiu.
O historiador Michael Grant propõe uma pergunta que faz refletir: “Como é que, em todas as tradições evangélicas, sem exceção, surge um quadro de traços notavelmente firmes de um atraente jovem, que andava livremente no meio de todo tipo de mulheres, inclusive as decididamente mal-afamadas, sem qualquer traço de sentimentalismo, falta de naturalidade, ou melindre, e que, no entanto, em todo momento, mantinha uma integridade simples de caráter?” A resposta razoável é que tal homem existiu mesmo e agia do modo como a Bíblia diz que agia.

O que outros disseram
  “Considero o Jesus de Nazaré como um dos poderosos instrutores que o mundo já teve. . . . Direi aos hindus que sua vida será incompleta se não estudarem reverentemente os ensinos de Jesus.” Mohandas K. Gandhi, The Message of Jesus Christ.
  “Um personagem tão original, tão completo, tão uniformemente coerente, tão perfeito, tão humano e ainda assim tanto acima de toda a grandeza humana, não pode ser nem uma fraude, nem uma ficção. . . . Exigiria mais do que um Jesus para inventar um Jesus.” Philip Schaff, History of the Christian Church.
  “Seria um milagre ainda mais incrível que apenas em uma geração uns tantos homens simples e rudes (pescadores muitos deles) inventassem uma personalidade tão poderosa e atraente como a de Jesus, uma moral tão elevada e uma tão inspiradora idéia da fraternidade humana.” Will Durant, César e Cristo.
  “Pode parecer incompreensível que um movimento religioso global tivesse sido iniciado por uma pessoa não-existente, inventada como o equivalente antigo duma estratégia promocional, em vista do número de pessoas incontestavelmente reais que tentaram fundir crenças e fracassaram.” Gregg Easterbrook, Beside Still Waters.
  ‘Sendo historiador literário, estou perfeitamente convencido de que os Evangelhos, não importa o que sejam, não são lendas. Não são bastante artísticos para serem lendas. Desconhecemos a maior parte da vida de Jesus, e ninguém que criasse uma lenda permitiria isso.’ C. S. Lewis, God in the Dock.
Extraído de revistas cristãs

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