“[Instrui] com brandura os que não estiverem favoravelmente dispostos, visto que talvez Deus lhes dê arrependimento conduzindo a um conhecimento exato da verdade e eles voltem ao seu próprio juízo, saindo do laço do Diabo, visto que foram apanhados vivos por ele para a vontade deste.” — 2 Tim. 2,25-26.OS CAÇADORES sabem que precisam esconder suas armadilhas, a fim de apanhar os animais desprevenidos. Antes de as vítimas incautas o saberem, a armadilha se fecha sobre elas ou ficam presas pelo laço. Algumas armadilhas têm iscas, e muitos são os animais que foram apanhados porque deixaram que um petisco tentador, entre as garras de aço duma armadilha, os fizessem abandonar a cautela. O adversário de Deus, Satanás, o Diabo, criou um sistema motivado pelo desejo egoísta, e este mundo está cheio de armadilhas e laços, pelos quais o cristão pode com facilidade ser apanhado fatalmente, se não estiver sempre atento. — Sal. 119,110.
E visto que vivemos esperando a Vinda do Filho de Deus, há mais perigo do que nunca de que alguns não só se deixem enlaçar pelos engodos tentadores deste mundo, mas também deixem que o grande dia do Senhor lhes sobrevenha como laço. Por estarem tão enfronhados nos empreendimentos mundanos, o tempo de Deus para a destruição dos iníquos os confrontará como um laço oculto, que subitamente se fecha para a destruição deles. (Luc. 21,34-35) Há espinhos e armadilhas no caminho do pervertido; quem guarda a sua alma mantém-se longe deles.” — Pro. 22,5.
Neste estudo, damos atenção às modas passageiras e as diversões, visto que podem ser algumas das armadilhas de isca mais sutis do Diabo para seduzir os cristãos. A moda passageira pode ser um costume ou uma distração adotada por algum tempo com zelo exagerado. É uma espécie de mania ou coqueluche passageira. Há muitas modas, mas talvez a mais comum seja a associada com o vestuário e a maneira de usar o cabelo, e o regime alimentar. Embora as modas sejam empenhos de natureza temporária, podem cativar as afeições e o tempo do cristão de tal maneira, que as coisas importantes relacionadas com a verdadeira adoração e o preenchimento dos requisitos de Deus para a vida se tornem de pouca ou nenhuma importância.
Em algumas partes do mundo, a moda de vestir, tanto de homens como de mulheres, muda muito pouco, de ano em ano, mas, em muitos países, já por alguns anos, tem havido uma crescente tendência para com estilos mais extremistas e imodestos, sendo que alguns até mesmo adotam a atitude de que “tudo vale”. Não lhes basta apenas terem idéias imorais, orgulhosas ou rebeldes. Há uma compulsão de ir mais longe e de divulgar e até mesmo ostentar tais atitudes perante os outros por meio da maneira de se usar o cabelo ou de se vestir. Em alguns países ocidentais, encontramos homens vestidos mais como mulheres, e mulheres vestidas mais como homens. Muitos estilos agora populares eram considerados como esquisitos há alguns anos atrás.
Por causa destas condições, como podem os homens e mulheres cristãos saber o que usar ou o que não usar? Naturalmente, não querem destacar-se como antiquados ou fora da moda, mas ir ao outro extremo e deixar o velho mundo guiar-nos completamente na maneira de vestir e de usar o cabelo significaria cair bem dentro destas atraentes armadilhas das modas passageiras do Diabo. Ele sabe muito bem que, quando alguém pode ser engodado a dar o primeiro passo de se identificar externamente de perto com os estilos deste mundo, sob o seu controle, amiúde não é difícil tentar a pessoa a dar passos adicionais em empenhos mundanos.
Em 1 Timóteo 2,9-10, as mulheres cristãs são admoestadas a usar vestidos bem arrumados e a adornar-se com modéstia. Este princípio, naturalmente, aplica-se também aos homens na Igreja. Para sabermos se devemos adotar determinado estilo, podemos perguntar-nos se a roupa ou a maneira de usarmos o cabelo mostra modéstia ou se é imodesto e embaraçoso para os outros. Calças apertadas tendem a ser imodestas para o homem, assim como vestidos curtos e reveladores podem ser imodestos para a mulher. Quando uma irmã se inclina para a frente ou procura sentar-se com modéstia na tribuna, será que ela tem dificuldades por causa de seu vestido curto? Será que induzimos os outros a pensar que temos moral frouxa ou uma atitude orgulhosa e militante, por causa daquilo que vestimos ou como nos arrumamos?
Os católicos são servos de Deus, o grande Soberano do universo, e saber isto deve definitivamente governar a maneira de nos vestirmos. O que é que as pessoas em determinada região esperam dos servos de Deus? A maneira de se vestir difere no mundo, e por isso não cabe ao Magistério da Igreja determinar que maneira específica é apropriada ou modesta em cada país ou comunidade. Se houver uma questão séria sobre determinada maneira de se vestir, é melhor não usá-la. Melhor é ser encarado como um pouco fora da moda, do que como imodesto, orgulhoso ou relaxado.
Se calças compridas ou terninhos para mulheres são desaprovados por muitos na comunidade, é provável que uma roupa diferente para usar em público seja aconselhável para uma irmã cristã. No tempo frio, é provável que ela possa providenciar ficar exposta ao tempo por períodos mais curtos ou parar mais freqüentemente para se aquecer. Mas, nos climas frígidos, onde todos na comunidade usam vestuário apropriado para o tempo, tal como calças compridas, certamente é apropriado que as mulheres cristãs façam o mesmo. Em alguns lugares, as pioneiras foram assim ajudadas a manter boa saúde para gastarem longas horas no serviço. Quando uma irmã cristã não tiver certeza sobre determinado estilo de roupa, pode considerar a situação com seu marido ou com um padre na Igreja cristã. Os presbíteros não devem procurar impor suas próprias preferências aos outros, mas é provável que estejam em condições de dar conselho sobre o que possa ser aceitável na sua respectiva comunidade. Os filhos devem ser obedientes aos pais na questão de roupa ou maneira de se arrumarem.
Maneiras extremas de usar o cabelo ou barba também podem facilmente levar alguém ao laço do Diabo e fazer outros tropeçar. Temos de tomar em consideração que o povo de Deus está sendo observado pelo mundo. A mensagem do Reino que levam às pessoas é às vezes julgada pela aparência dos que a levam. Existe a possibilidade de que um irmão ou uma irmã, vestidos de certa maneira, possam atrair tanto a atenção da pessoa na Igreja que os outros nem prestem atenção ao que o padre está dizendo ou concluam que não são diferentes dos mundanos quanto à moral ou aos princípios. Se este for o caso, então a pessoa na Igreja anula o próprio objetivo de estar ali. Às vezes exige-se de nós que sacrifiquemos nossa própria conveniência, num grau maior ou menor, segundo a necessidade, a fim de não fazer alguém tropeçar. Esta foi a atitude do apóstolo Paulo: “De modo algum damos qualquer causa para tropeço, para que não se ache falta no nosso ministério; mas, recomendamo-nos de todo modo como ministros de Deus.” — 2 Cor. 6,3-4.
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