Ressuscitou Jesus Cristo realmente dentre os mortos?

domingo, 24 de abril de 2011


Muitos duvidam disso. Mas têm boas razões para duvidar?
A BÍBLIA é um livro cheio de promessas a respeito do futuro. Para que possa ter fé nestas promessas, é necessário que tenha fé em que suas particularidades históricas sejam verdadeiras — que aquilo de que ela fala aconteceu realmente.
Mas, em vista da natureza incomum de algumas das coisas registradas, muitos têm duvidado de que acontecera realmente. Entre tais coisas se encontra a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Pode ter fé no acontecimento real deste milagre? Se puder, fortalecer-se-á a sua fé nos outros milagres registrados na Bíblia, bem como nas suas promessas a respeito do futuro, tais como a de que algum dia não haverá mais dor, nem morte. — Ap. 21,4.
Marcello Craveri, doutor de filosofia italiano, é típico dos que negam que Jesus Cristo realmente tenha ressuscitado dentre os mortos. Ele diz no seu livro The Life of Jesus (A Vida de Jesus; 1967): “É evidente que toda a história da Ressurreição e das aparições pertence à categoria das invenções de milagres.” Segundo ele, os “estudantes antigos e modernos do cristianismo concordam” que a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos realmente não ocorreu.
Significa esta declaração dogmática que realmente há prova de que Jesus Cristo não ressuscitou dentre os mortos? Concordam deveras os estudantes antigos e modernos do cristianismo no sentido de que a ressurreição de Jesus pertence à categoria das invenções de milagres? De modo algum! Veja a evidência.

A RESSURREIÇÃO É COMPATÍVEL COM A CIÊNCIA
Uma objeção comum à ressurreição de Cristo é a de que, visto o homem moderno não ver pessoas ressuscitar dentre os mortos, ninguém jamais ressuscitou dentre os mortos. Mas é tal objeção válida? É impossível que alguém que creia na existência dum Ser Supremo acredite que a ressurreição de Cristo aconteceu realmente? É tal evento milagroso na realidade anticientífico?
Observe o que declarou certa vez o famoso cientista Victor Hess, descobridor dos raios cósmicos:

“Tenho de confessar que em todos os meus anos de pesquisa na física e na geofísica nunca encontrei nenhum caso em que o descobrimento científico estivesse em conflito com a fé religiosa. Às vezes se diz que a ‘necessidade’ das ‘leis’ da natureza é incompatível com . . . milagres. Não é assim . . . Muitas de nossas leis físicas são, de fato, apenas declarações estatísticas. Aplicam-se à média dum grande número de casos. Não têm significado para um caso individual. Os cientistas modernos se apercebem plenamente destas limitações na sua descrição dos processos físicos. Precisa o cientista duvidar da realidade dos milagres? Como cientista respondo enfaticamente: Não. Não vejo nenhuma razão pela qual um Deus poderoso, que criou a nós bem como a todas as coisas ao redor de nós, não possa suspender ou mudar — se ele achar sábio fazer isso — o curso médio natural dos eventos.” — The Faith of Great Scientists, editado por W. Howey, página 10.

Portanto, só porque os homens na terra não vêem hoje a Deus ressuscitar pessoas dentre os mortos não é argumento nenhum no sentido de que, em tempos passados, não tenha achado próprio ressuscitar a seu Filho, Jesus Cristo, dentre os mortos. E por que achou Deus próprio fazer isso? Em primeiro lugar, para recompensar Jesus pela sua fidelidade até a morte. E também porque só o ressuscitado Jesus podia realizar o propósito de Deus, pelo qual Jesus viera à terra e morrera em morte sacrificial. — Fil. 2,5-11.
Não é que Jesus fosse o primeiro e único a ser ressuscitado dentre os mortos pelo poder de Deus. A Bíblia nos conta que os profetas Elias e Eliseu ressuscitaram cada um uma pessoa dentre os mortos. (1 Reis 17,17-24; 2 Reis 4,32-37; 8:5; 13,20, 21) E o Novo Testamento fala também de outras ressurreições, realizadas tanto por Jesus como pelos seus apóstolos. — Mat. 11,5; Luc. 7,11-16; 8,41-56; João 11,1-46; Atos 9,40; 20,9-12.

JESUS PREDISSE A SUA RESSURREIÇÃO
Vimos que a ressurreição de Jesus Cristo está dentro do domínio da possibilidade. Não podemos negar a Deus o privilégio de fazer exceções ou de mudar o curso natural dos eventos, e ele fez isso vez após vez. Consideremos, portanto, a evidência da razão de Jesus Cristo ter sido ressuscitado dentre os mortos.
Para começar, o próprio Jesus predisse repetidas vezes que ressuscitaria dentre os mortos. Logo cedo no seu ministério ele se referiu a isso, dizendo: “Demoli este templo, e em três dias o levantarei.” “Ele estava falando do templo do seu corpo.” (João 2,19-21) Disse também que assim como Jonas esteve no ventre dum grande peixe por três dias, ele mesmo estaria no coração da terra por três dias. E subsequentemente, pelo menos em cinco ocasiões diferentes, disse aos seus discípulos que ressuscitaria dentre os mortos. (Mat. 12,39, 40; 16,21; 17,1-9, 22-23; 20,18, 19; 26,31-32) Como devemos compreender todas estas declarações claras, se Jesus realmente não ressuscitou dentre os mortos? Eram ele ou seus discípulos incautos, ou estavam praticando uma fraude?
O que dá ainda mais peso à autenticidade da ressurreição de Cristo é que, embora advertisse tão claramente os discípulos com antecedência a respeito de sua morte como mártir, eles ficaram muito aflitos quando ocorreu. (Luc. 24,21) E embora predissesse repetidas vezes que ressuscitaria dentre os mortos, eles não esperavam isso. Caso o tivessem esperado, teriam as suas discípulas ido ao túmulo, no terceiro dia, para embalsamar seu corpo ainda mais com aromas? — Luc. 24,1.

O REGISTRO HISTÓRICO
Todas as quatro narrativas evangélicas falam do cumprimento das palavras de Jesus, de que seria ressuscitado no terceiro dia. O apóstolo Mateus relata que primeiro apareceu um anjo e anunciou a ressurreição de Cristo a mulheres, duas das quais Mateus menciona por nome, que Jesus depois apareceu a elas e que Jesus, mais tarde ainda, apareceu aos seus discípulos na Galiléia. — Mat. 28,1-20; Mar. 16,1-8.
O médico Lucas nos conta além disso que o ressuscitado Jesus consolou dois de seus discípulos no caminho de Emaús, que houve outra aparição aos seus discípulos em Jerusalém e que os seus discípulos o viram ser elevado ao céu, fora da sua vista. — Luc. 24,1-53.
O apóstolo João nos fornece ainda mais pormenores a respeito das aparições de Jesus após a sua ressurreição. Fala do encontro de Jesus com Maria Madalena, de aparecer duas vezes aos seus apóstolos e de que, na segunda vez, Tomé esteve presente e se convenceu. Pode-se dizer que isso confirmou a genuinidade da ressurreição de Jesus, bem como a firme convicção dos escritores bíblicos, de que Jesus realmente ressuscitou dentre os mortos. Foi como se Tomé falasse em nome de todos os que sinceramente duvidariam da ressurreição de Cristo, nos anos que se seguiriam. (João 20,1-29) João fala também da aparição de Jesus junto ao mar da Galiléia, ocasião em que perguntou a Pedro três vezes se o amava ou não. — João 21,1-24.
Além disso, o livro dos Atos nos conta que Jesus “foi tomado para cima, depois de ter dado mandamento, por intermédio do Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera. A estes mostrou-se também vivo, por meio de muitas provas positivas, depois de ter sofrido, sendo visto por eles durante quarenta dias.” Poderia haver registro mais enfático e mais convincente — “mostrou-se . . . vivo, por meio de muitas provas positivas, depois de ter sofrido”, Toda esta ênfase tem valor ainda maior quando notamos que foi dada por um médico instruído, que seria o primeiro a questionar a ressurreição de alguém dentre os mortos. — Atos 1,1-9.

A RESSURREIÇÃO DE JESUS DÁ PODER
De certo modo se pode dizer que a mudança que sobreveio ao pequeno grupo dos seguidores de Jesus é o testemunho mais forte de todos da ressurreição de Jesus. Transformou homens amedrontados e intrigados em evangelizadores denodados e destemidos, prontos para deporem a sua própria vida a favor da sua crença!
Tal convicção e poder não se derivavam de alucinações, nem se originavam de tramóia. A mudança se devia a que Jesus realmente ressuscitou dentre os mortos, bem como ao Espírito derramado de Deus, o que se deu por meio de Jesus, habilitando o apóstolo Pedro a dizer: “Jesus, o nazareno, . . . vós fixastes numa cruz pela mão de homens contrários à lei e o eliminastes. Mas Deus o ressuscitou por afrouxar as ânsias da morte, porque não era possível que ele continuasse a ser segurado por ela.” E Pedro disse novamente, naquela ocasião: “A este Jesus, Deus ressuscitou, fato de que todos nós somos testemunhas.” — Atos 2,22-33.
Pode-se dizer que Pedro fixou ali a norma para a sua pregação futura. Portanto, quando uma multidão de pessoas se ajuntou espantada por ele ter curado um homem aleijado desde a nascença, Pedro disse-lhes que este milagre havia sido feito pelo poder de Jesus, a quem eles haviam matado. “Mas, Deus levantou-o dentre os mortos, fato de que somos testemunhas.” Não havia dúvida na sua mente. A ressurreição de Jesus era fato; ele e outros foram testemunhas dela. (Atos 3,12-15) E quando estava perante o supremo tribunal judaico, para testificar por meio de que poder fizera este milagre, Pedro deu novamente testemunho de que Jesus havia realmente ressuscitado dentre os mortos, dizendo: “Seja sabido de todos vós e de todo o povo de Israel, que é no nome de Jesus Cristo, o nazareno, a quem pendurastes numa cruz, mas a quem Deus levantou dentre os mortos, por esse é que este homem está aqui são em pé diante de vós.” Sim, este mesmo milagre atesta o fato de que Jesus havia ressuscitado dentre os mortos. — Atos 4,10.
Pouco depois, quando os apóstolos foram novamente presos e levados perante o Sinédrio, Pedro salientou novamente a ressurreição de Jesus: “O Deus de nossos antepassados levantou Jesus, a quem matastes . . . Deus enalteceu a este, como Autor e Salvador, para a sua direita . . . E nós somos testemunhas destes assuntos.” — Atos 5,30-32.
Quando o apóstolo Pedro pregou a Cornélio e sua família a respeito de Jesus, Pedro enfatizou a mesma verdade: “Deus ressuscitou a  Este no terceiro dia e lhe concedeu tornar-se manifesto, não a todo o povo, mas a testemunhas designadas de antemão por Deus, a nós, os que comemos e bebemos com ele depois do seu levantamento dentre os mortos.” Novamente se pode perguntar: Comeram e beberam Pedro e os seus co-apóstolos com uma alucinação? Ou foi Pedro flagrante impostor? — Atos 10,38-42.
O apóstolo Paulo seguiu o exemplo de Pedro ao salientar a ressurreição de Jesus no seu ministério público, conforme podemos ver em Atos 13,30-37; 17,31. Quão firme foi a sua convicção de que Jesus foi deveras ressuscitado dentre os mortos é evidente das suas palavras em 1 Coríntios 15,3-8:

“Pois eu vos transmiti, entre as primeiras coisas, aquilo que também recebi, que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; e que ele foi enterrado, sim, que foi ressuscitado no terceiro dia, segundo as Escrituras; e que ele apareceu a Cefas, depois aos doze. Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria c os quais permanece até o presente, mas alguns já adormeceram na morte. Depois disso apareceu a Tiago, e então a todos os apóstolos; mas, por último de todos, apareceu também a mim, como a alguém nascido prematuramente.”

Que toda esta evidência é irrefutável não é só reconhecido pelos ministros cristãos que têm fé na Palavra de Deus, mas também por outros. Por exemplo, um deles é o Dr. J. N. D. Anderson, deão da faculdade de direito da Universidade de Londres e diretor do seu Instituto de Estudos Jurídicos Avançados. Esta autoridade jurídica, reconhecida em todo o mundo, observou certa vez, conforme noticiou o Observer de Londres:

“Considerar as narrativas dos seis escritores do ‘Novo Testamento’ como invenção seria realmente uma atitude impossível. Pense no número das testemunhas, mais de 500. Pense no caráter das testemunhas, homens e mulheres que deram ao mundo o mais elevado ensino ético já conhecido, e que até mesmo segundo o testemunho dos seus inimigos levaram a sua vida segundo ele. Pense no absurdo psicológico de representar um pequeno grupo de covardes derrotados recolhendo-se numa Sala de Sobrado num dia, e poucos dias depois transformando-se numa companhia que nenhuma perseguição conseguiu silenciar! . . . Parece-me quase sem sentido falar de lendas, quando se trata com as próprias testemunhas oculares.”

Sim, quando pela boca de duas ou três testemunhas fidedignas já se estabelece a veracidade dum fato, quão bem é então estabelecido o fato de que Jesus Cristo realmente ressuscitou dentre os mortos! Homens que inventam falsidades não têm tal tom da verdade manifesto pelos apóstolos Pedro e Paulo na pregação da ressurreição de Cristo.
Em vista de todo o precedente, tem boas razões para ter fé, que Jesus Cristo realmente ressuscitou dentre os mortos? Certamente que tem. A conclusão é inescapável. Deveras deve fortalecer a sua fé verificar que um dos eventos mais incomuns e mais disputados, mencionado na Bíblia, é realidade. Por Jesus ter sido ressuscitado dentre os mortos, pode dirigir-se a Deus em oração, pedir o perdão de seus pecados e orar em fé pela vinda do reino de Deus. O que lhe pode significar isso? Vida eterna numa terra paradísica, em que não haverá mais tristeza, nem dor, nem morte. — Mat. 6,10; 1 João 2,1; Ap. 21:4.

Note também que Pedro, quando se escolheu um sucessor de Judas, estipulou que este tinha de ser alguém que tivesse sido “testemunha conosco de sua ressurreição”. — Atos 1,20-22.

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