Textos mal utilizados a favor da reencarnação

domingo, 10 de abril de 2011

Os que crêem na reencarnação dizem que a Bíblia toca no assunto em Mateus 17,11-13, onde Jesus relaciona João Batista com o antigo profeta Elias. Este texto reza:
“‘Elias, de fato, vem e restabelecerá todas as coisas. No entanto, eu vos digo que Elias já veio . . .’ Os discípulos perceberam então que lhes falara de João Batista.”
Queria Jesus dizer com isso que João Batista era uma reencarnação do profeta Elias? O próprio João sabia que não era. Certa ocasião, quando se lhe perguntou: “És tu Elias?”, João respondeu claramente: “Não sou.” (João 1,21) Contudo, havia sido predito que João precederia o Messias “com o espírito e o poder de Elias”. (Lucas 1,17; Malaquias 4,5-6) Em outras palavras, João Batista, era “Elias” no sentido de que realizava uma obra comparável à de Elias.

Em João 9,1-2, lemos: “Ora, quando [Jesus] ia passando, viu um homem cego de nascença. E seus discípulos perguntaram-lhe: ‘Rabi, quem pecou, este homem ou os seus pais, de modo que nasceu cego?’” Alguns que crêem na reencarnação opinam que, uma vez que este homem nasceu cego, seu pecado deve ter ocorrido numa vida passada.
Mas, o que quer que tenha levado os discípulos a fazer esta pergunta, a resposta de Jesus tem de ser o fator decisivo. Ele declarou: “Nem este homem pecou, nem os seus pais.” (João 9,3) Isto contradiz a reencarnação, que implica que as deficiências físicas resultam de pecados de uma vida passada. O ponto de que ninguém pode pecar antes de nascer pode ser deduzido também daquilo que Paulo escreveu sobre Esaú e Jacó: “Ainda não tinham nascido, nem tinham ainda praticado nada de bom ou de ruim.” — Romanos 9,11.

Ressurreição, não reencarnação
Embora a Bíblia não apóie a doutrina da reencarnação, ninguém precisa ficar desapontado. A mensagem da Bíblia oferece algo muito mais consolador do que a idéia de nascer de novo num mundo cheio de doenças, tristezas, dor e morte. E o que a Bíblia oferece não é apenas consolador, mas é a verdade, a própria Palavra de Deus.

O CEC lança luz sobre o assunto:
990 - O termo "carne" designa o homem em sua condição de fraqueza e de mortalidade. A "ressurreição da carne" significa que após a morte não haverá somente a vida da alma imortal, mas que mesmo os nossos "corpos mortais" (Rm 8,11) readquirirão vida.
997 - Que é "ressuscitar"? Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida a seu corpo
glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus.

998 - Quem ressuscitará ? Todos os homens que morreram: "Os que tiverem feito o bem (sairão) para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento" (Jo 5,29).

999 - De que maneira? Cristo ressuscitou com seu próprio corpo: "Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu!" (Lc 24,39). Mas ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma, nele" ressuscitarão com seu próprio
corpo, que têm agora"; porém, este corpo será "transfigurado em corpo de glória", em "corpo espiritual" (1Cor 15, 44):

    Mas, dirá  alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie (...) Semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível (...) os mortos ressurgirão incorruptíveis. (...) Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortalidade (1Cor 15,35-37.42.52-53).
Paulo expressou desta forma essa doutrina animadora: “Eu tenho esperança para com Deus . . . de que há de haver uma ressurreição tanto de justos como de injustos.” A palavra “ressurreição”, ou alguma forma dela, ocorre mais de 50 vezes no Novo Testamento e Paulo refere-se a ela como uma das doutrinas primárias da fé cristã. — Atos 24,15; Hebreus 6,1-2.
A ressurreição significa, obviamente, que a morte existe. A morte, ou a inexistência, foi a punição pelo pecado de Adão e Eva contra Deus. Deus disse claramente que eles voltariam para o lugar de onde vieram — o pó da terra: “Dele foste tomado. Porque tu és pó e ao pó voltarás.” (Gênesis 3,19).

Mas enquanto que, para o mundo, a morte tem um sentido grotesco e temível, para o cristão é sinal de regozijo. O CEC reza:
1010 - Graças a Cristo, a morte cristã tem um sentido positivo. "Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro" (Fl 1,21). "Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos" (2Tm 1,11). A novidade essencial da morte cristã está  nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente "morto com Cristo", para Viver de uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma este "morrer com Cristo" e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor:

    É bom para mim morrer em ("eis") Cristo Jesus, melhor do que reinar até as extremidades da terra. É a Ele que procuro, Ele que morreu por nós: é Ele que quero, Ele que ressuscitou por nós. Meu nascimento aproxima-se. (...) Deixai-me receber a pura luz; quando tiver chegado lá, serei homem.

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