Os Desmentidos do Espiritismo

quarta-feira, 11 de maio de 2011


Por Cledson Ramos
A medida que a ciência avança (derrubando as superstições) e a consciência pesa (mostrando o quanto o homem procura Deus), aumenta o número de propagadores do Espiritismo que abandonam tal doutrina.
Citemos rapidamente alguns casos bem interessantes:
- As Irmãs Fox:
As irmãs Margareth e Katie Fox (Hydesville, EUA): é onde e por conta de quem nasce o chamado "Espiritismo Moderno". Abandonam a farsa, reconhecendo que, quando crianças , eram enganadas pela irmã mais velha (20 anos de diferença) e quando tomaram consciência da farsa, ainda continuaram por um tempo, devido ao dinheiro que trazia.
No Brasil, espíritas tentam colocar o Espiritismo como surgido na França, mas é a própria "Union Spirite Française", fundada por Allan Kardec, que narra:
"Aqui nasceu o movimento espiritista moderno. Neste lugar estava, em Hydesville, a casa de habitação das irmãs Fox, cuja comunicação mediúnica com o mundo dos espíritos foi estabelecida a 31 de março de 1848."
O texto, constante em uma lápide, foi reproduzido na "Revue Spirite", também fundada por Allan Kardec, em 1858.
- Camilo Flammarion:
É o cientista que ajudou Allan Kardec a escrever "A Gênese". As idéias contidas neste livro constam como sendo dos espíritos (um deles seria o espírito de Galileu). O livro está repleto dos erros da astronomia e biologia da época. São erros que variam desde a evolução das espécies até o número de satélites dos planetas. Eis o desmentido de Camilo Flammarion, muitos anos depois, ao se referir às idéias espíritas:
"São evidentemente o reflexo do que eu sabia, do que pensávamos naquela época sobre a cosmogonia".
(...)
"Se o caro colega espera que diga alguma coisa de preciso eu não poderia. Comecei meus trabalhos com referência a essa questão em 1862; eis, pois, sessenta anos que os pesquiso. Hoje não posso afirmar senão uma coisa, é que eu nada sei, é que não compreendo nada absolutamente. Um só ponto me parece esclarecido: é que, na grande maioria dos casos, há sugestão consciente ou não de espírito a espírito". ( Les morts vivent-isl, p. 89)
Interessante esta última frase: a sugestão consciente (leia-se: fraude) e inconsciente (hoje estudada pela Parapsicologia).
- A esposa de Henry Houdini
O famoso prestidigitador Henry Houdini tinha combinado com sua senhora de aparecer-lhe depois da morte. E para que ela pudesse ter plena certeza e garantia da identidade da sua aparição, combinaram um sinal bem secreto. Ele, de fato, morreu primeiro.
Os espíritas convidaram a viúva a várias sessões, dando-lhes a garantia da comunicação com o marido morto. Finalmente, em uma destas sessões, conseguem contato com o falecido marido. A senhora Houdini pediu " àquele espírito que tinha aparecido", que lhe confirmasse a senha, a fim de identificá-lo. Nada, nem meia senha.
A senhora Houdini abandona o espiritismo.
- Daniel-Dunglas Home
Daniel-Dunglas Home foi considerado pelos espíritas como um dos médiuns mais poderosos do século XIX.. Suas apresentações enchiam teatros, atraindo a elite da época. Seu prestígio dominava a Inglaterra, França, Alemanha e Rússia. Seus méritos não eram poucos. Mas eis que perto do fim da sua vida, uma conversa com Philips Davids, seu médico particular, temos mais um desmentido:
"É verdade antes de tudo que aquela multidão de espíritos diante dos quais se ajoelham as almas crédulas e supersticiosas jamais existiram, ao menos para mim. Eu nunca os encontrei em meu caminho".
(...)
"Um médium não pode acreditar nos espíritos. É mesmo o único que neles nunca pode acreditar".

De fato, hoje se sabe que as proezas de Daniel Home, quando não eram fraudes, não passam de simples casos explicados pela parapsicologia, como a levitação, que nada tem a ver com o sobrenatural.
- Amauri Pena, o sobrinho de Chico Xavier
O famoso Chico Xavier tem um sobrinho chamado Amauri Pena que, aos treze anos de idade, bom leitor como o tio, já escrevia poemas e lia as obras espíritas. Mais tarde, estudou ainda literatura brasileira, portuguesa e francesa.
Eis que o sobrinho também "psicografava", e muito ! Foi considerado pela FEB como o sucessor de Chico Xavier, a mesma FEB que não aceitaria (?!) mais tarde o seu desmentido.
Eis que em 1958, Amauri Pena procura a imprensa mineira e solta a notícia bombástica:
"Tudo o que tenho psicografado até hoje, apesar das diferenças de estilo, foi criado por minha própria imaginação, sem que precisasse da interferência de outro mundo".
(...)
"Depois de anos, resolvi por uma questão de consciência contar a verdade".
(...)
"Vi-me, então, diante de duas alternativas: mergulhar de vez na mentira e arruinar-me para sempre ou levantar-se corajosamente para penitenciar-me diante do mundo e de mim mesmo, libertando-me definitivamente. Foi o que resolvi fazer".
(...)
"Tenho uma obra idêntica (ao "Parnaso do Além Túmulo", de Chico Xavier) e, para fazê-la, não recorri a nenhuma psicografia".
A reação dos espíritas nacionalistas não demorou. O Reformador, da FEB, tentava se consolar, dizendo que Jesus também teve o seu traidor. Um dos escritores espíritas da época (Irmão Saulo) anunciava a respeito da psicografia de Amauri Pena: "é inegável e irretratável" (?!).
 

Não é a toa que o Espiritismo vem decaindo em toda a Europa, e demais países. Só no Brasil, praticamente, que esta superstição consegue sobreviver. Fato um tanto constrangedor, diga-se de passagem, para a doutrina que seria "triunfante" !!!

1 comentários:

@ntonioBent0 disse...

Vide a Wikipédia:
"...O jornal Diário da Tarde, também de Belo Horizonte, visando uma melhor cobertura, enviou um repórter a Sabará para entrevistar Amauri, que entretanto, ainda se encontrava na capital mineira. O repórter procurou então o delegado Agostinho Couto, que informou ser o jovem um alcoólatra inveterado, "um desordeiro", que já tinha sido apanhado tentando roubar uma casa e fora expulso da cidade por várias vezes pelo policial. O pai de Amauri, Jaci Pena, confirmou as acusações, complementando:
"Meu filho é um doente da alma. Todo mundo sabe disso. É dado a bebidas. Ontem mesmo eu o apanhei caído no jardim no maior pileque. Chico conhece Amauri. As declarações dele não alteram nada." (Diário da Tarde. apud op. cit., p. 140.)
Prosseguindo no trabalho de reportagem, no dia 29 de Julho o repórter do Diário de Minas, autor do furo jornalístico, entrevistou Chico Xavier, acerca das declarações do sobrinho. Chico, à época muito surpreso e magoado, negou que Amauri fosse seu auxiliar:
"Meu sobrinho, até agora, não freqüentou reuniões espíritas ao meu lado, mas posso acrescentar que ele tem estado num grupo de espíritas muito responsáveis em Belo Horizonte, junto dos quais sempre recebeu orientação com muito mais segurança que junto a mim.".
E acrescentou, demonstrando perdoar o seu acusador:
"Meu sobrinho é muito moço e, pelo que observo, é portador de um idealismo ardente, em sua sinceridade para consigo mesmo. De minha parte, peço a Jesus, com muita sinceridade, para que ele seja muito feliz no caminho que escolher."
Ao se despedir do repórter, ainda escreveu um bilhete, a ser publicado na edição do dia seguinte:
"Se algo posso falar ou pedir, nesta hora, rogo a todos os corações caridosos uma oração a Nossa Mãe Santíssima em meu favor, a fim de que eu possa - se for a vontade da Divina Providência - continuar cumprindo honestamente o meu dever de médium espírita sem julgar ou ferir quem quer que seja." (Diário de Minas, 29 de Julho de 1958. apud op. cit., p. 140-141).
Sem novos factos que a alimentassem, a polêmica encerrou-se por si só. Amauri passou a ser reconhecido como alcóolatra, sendo internado em um sanatório na cidade de Pinhal, no interior do estado de São Paulo, tendo vindo a falecer pouco tempo depois. Ainda de acordo com a pesquisa de Souto Maior, o seu último desejo, algum tempo antes de falecer, foi o de divulgar um documento com um pedido formal de desculpas ao tio, sem que o conseguisse, uma vez que os então diretores da Federação Espírita Brasileira decidiram adiar essa retratação sob a alegação de que os adversários da Doutrina poderiam insinuar que Amauri fora forçado a se arrepender (op. cit., p. 141).

Quanto às motivações de Amauri para as declarações, Souto Maior cita duas hipóteses principais, ambas carecendo de maior embasamento:

a)a passional, segundo a qual Amauri pretenderia impressionar e agradar uma jovem católica por quem estaria apaixonado; b)a pecuniária, segundo a qual Amauri teria sido subornado por um padre católico para desmoralizar Chico Xavier (op. cit., p. 141)."

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