O passado 23 de janeiro na cidade de Pedras Negras, no Estado de Coahuila (México) registrou-se o "divórcio" das lésbicas Marcela Orozco, de 38 anos e Sandra Elvira Nava Jiménez de 45.
Conforme indica o diário Milenio, este seria o primeiro "divórcio" gay do país. O casal de lésbicas acudiu ao Pacto Civil de Solidariedade, aprovado em Coahuila em janeiro de 2007, que permite também a união civil de casais homossexuais, com direitos de pensões, disposições testamentarias especiais, entre outros.
Segundo a imprensa mexicana, a separação do casal se deveu a acusações de infidelidade e esbanjamento econômico.
Em diálogo telefônico com a agência ACI Prensa este 28 de fevereiro, Oscar Rivas Lozano, presidente do Instituto Mexicano de Orientação Sexual (IMOS), afirmou que, de acordo às cifras que dirige esta entidade científica, desprende-se que "as uniões homossexuais tendem a durar menos que as relações heterossexuais".
Um dos fatores que causaria estas separações, segundo os estudos analisados pelo IMOS, seria que "nas uniões homossexuais, os índices de infidelidade se triplicam em relação aos casais heterossexuais".
Rivas assinalou que a fidelidade tem um significado diferente nos casais homossexuais, pois "eles fazem uma distinção da fidelidade emocional à fidelidade sexual, e dizem, em alguns casos, que a fidelidade sexual não é considerada importante mas sim a fidelidade emocional".
Por isso, o IMOS reafirma que uma instituição como o matrimônio não pode ser aplicada à união homossexual, pois "o mesmo voto matrimonial fala de fidelidade, fala de ajuda mútua, fala de procriação. E no caso dos casais homossexuais isto é distinto".
"Os casais homossexuais tendem a ter um período de duração entre três e seis anos, as mais longas", indicou Rivas e acrescentou que "quase sempre as mais longas são de mulheres".
Se estas cifras forem comparadas com matrimônios heterossexuais, a diferença é abismal, pois "os matrimônios no México, segundo dados do mesmo Registro Civil, tem uma média de duração entre 10 e 15 anos entre casais heterossexuais".
Ao analisar os casais de lésbicas "encontra que quase sempre existem temas de relações de casais muito delicados porque são relações muito apaixonadas, às vezes onde há muita emoção envolvida".
"Desde o ponto de vista psicológico se entende porque a relação homem-mulher tende a equilibrar-se psicologicamente, porque a mulher tende a ser mas intuitiva, mais emocional e o homem tende a ser mais reflexivo, mais racional".
"No caso onde somente há duas mulheres não está muito presente este princípio de equilíbrio psicológico no casal e no caso dos homens muito menos", disse o presidente do IMOS.
Por sua parte, Juan Dabdoub Giacoman, da organização mexicana Família Mundial com sede em Monterrey, declarou à ACI Prensa que não é uma surpresa a separação deste casal de lésbicas, pois "está claramente demonstrado que as pessoas homossexuais têm um altíssimo nível de instabilidade em suas relações afetivas".
Para o Dabdoub, isto é "produto precisamente dessa afetação psicológica que as empurra a procurar uma relação com pessoas do mesmo sexo".
Depois de indicar que "na Espanha se comprovou que um varão homossexual tem uma média de relações duradouras com 39 pessoas distintas ao longo de sua vida", Dabdoub assinalou que as cifras são claras ao demonstrar que "o que necessitam nossos irmãos homossexuais é ajuda, não promoção; promoção que cedo ou tarde os levará a sofrer com maior rigor os efeitos de não receberem a tempo uma adequada terapia reparatória".
No México, as uniões homossexuais equiparadas ao matrimônio só são legais no Distrito Federal, onde a Corte Suprema opinou que não atentam contra a Constituição e lhes outorgou o direito de adoção.
A Igreja Católica assim como outras confissões cristãs criticaram duramente esta sentença, animado pelo chefe de governo Macelo Ebrard, que poderia ser o candidato presidencial do Partido da Revolução Democrática (PRD) para as próximas eleições.
O Arcebispado do México disse que esta equiparação das uniões homossexuais ao matrimônio é "moralmente inaceitável".
A doutrina católica não aprova o mal chamado "matrimônio" gay porque atenta contra a natureza, o sentido e o significado do verdadeiro matrimônio, constituído pela união entre um homem e uma mulher, sobre a qual se forma a família.
O Vaticano e os bispos em diversos países do mundo denunciaram que as legislações que pretendem apresentar "modelos alternativos" de vida familiar e conjugal atentam contra a célula básica da sociedade.
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