Mormonismo: O espinho no lado de Joseph Smith

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012



http://irr.org/mit/mormon-enigma-br.html
Tradução: Stephen Adams

Linda King Newell & Valeen Tippets Avery, Mormon Enigma: Emma Hale Smith, 2nd ed., (University of Illinois Press, 1994), 394 pages, paperback, ISBN 0-252-06291-4

Escrito por duas mulheres SUD - uma (Avery), professora de História e a outra (Newell) escritora independente em Salt Lake City, esta biografia premiada da primeira esposa do fundador mórmon Joseph Smith, Jr., é o fruto de nove anos de extensa pesquisa e foi bem recebido por estudiosos mórmons, inclusive o historiador da BYU, Marvin Hill.

"Emma se revoltou contra a doutrina da poligamia, ao qual ela achava pessoalmente odiosa, e em conflito direto com o Livro de Mórmon".

As autoras nos relatam em sua introdução que elas escreveram “nem para apoiar nem para criticar a doutrina" e citam as palavras da Autoridade Geral Brigham H. Roberts para expressar sua filosofia em tratar os fatos: “relatar os eventos claramente declarados da forma como ocorreram, considerando por completo todas as circunstâncias relacionadas, permitindo a linha de condenação ou justificação cair onde deve..."

O título do livro expressa o fato que para muitos o legado de Emma nos chegou pela história como um enigma: embora um modelo da esposa virtuosa, encorajadora e submissa, Emma se revoltou contra a doutrina da poligamia, ao qual achava pessoalmente odiosa, e em conflito direto com o Livro de Mórmon. Ela obstinadamente se opôs a Joseph a toda tentativa sua em praticar e ensinar a pluralidade de esposas. As autoras apresentam uma montanha de evidência para refutar o quadro negativo de Emma como vigorosa e rabugenta - uma caricatura inventada por Brigham Young, que se ressentiu profundamente da rejeição inflexível de Emma sobre a poligamia, e temeu que a recusa da viúva do profeta morto da fazer uma jornada por Utah pudesse prejudicar a seita vulnerável.

É incrível saber que apesar de Emma ser uma inimiga implacável da poligamia, ela não era uma mulher afetada nem crítica. O livro documenta que Emma foi uma testemunha pessoal sobre a infidelidade de Joseph com Fanny Alger, uma menina de 19 anos, durante os anos em que viveram em Kirtland, Ohio, e mesmo assim ela perdoou o marido por esta e outras leviandades sexuais. O que ela achou intolerável, porém, foram as tentativas de Joseph de construir uma elaborada justificação doutrinal para a violação do leito conjugal monogâmico. Enquanto Emma Smith é a personagem central neste livro, também contêm fortes evidências contra o caráter de seu primeiro marido. Em Nauvoo, Joseph, com 38 anos, usou repetidamente a alegação de revelação divina para coagir meninas adolescentes para se tornarem suas esposas. Seria muito difícil de imaginar um conjunto de revelações mais egoístas. Não se pode evitar a ironia no fato que na mesma noite antes da apreensão que levaria a seu brutal assassinato, Joseph estava planejando secretamente usar seu estado de fugitivo como uma ocasião para um período de coabitação prolongada com algumas de suas jovens esposas plurais. E ao mesmo tempo escrevia elaboradas expressões de intimidade à ingênua Emma.

As implicações das evidências de nossa estimativa do caráter de Joseph Smith são preocupantes. Nas palavras de Lavina Fielding Anderson, editora do Jornal de História Mórmon,

A biografia de Emma Smith por Newell e Avery Smith foram para mim profundamente perturbadoras pela documentação sobre Joseph Smith e as origens da poligamia...Deixe-me ser específica. Eu fiquei chocada e repugnada por descobrir que Joseph Smith se casou com uma menina de 14 anos, consumando completamente o matrimônio, e escondeu isto de Emma. Minha imagem de "profeta" não adequou a este tipo de comportamento. Eu não pude começar a ver santos motivos para tal comportamento ("The Garden God Hath Planted: Explorations Toward a Maturing Faith," in Sunstone, outubro de 1990, 26-27)

Pelo menos a respeito da poligamia, a história mórmon subseqüente vindicou o caráter e crenças de Emma sobre os de Joseph. A igreja finalmente abandonou a prática em 1890, 11 anos depois da morte de Emma.

Fonte: http://www.centralmormon.110mb.com/espinho.htm

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