A atitude de Jesus para com as mulheres

quinta-feira, 8 de março de 2012


‘Cumprimentai Trifena e Trifosa, mulheres que trabalham arduamente no Senhor.’ — ROMANOS 16,12.
O MINISTÉRIO terrestre de Jesus foi deveras uma bênção para as mulheres judias. A obra que ele iniciou traria consolo, esperança e uma nova dignidade às mulheres de todas as raças. Ele não deu consideração às tradições do judaísmo, que ‘invalidavam a palavra de Deus’. (Mateus 15,6) Muitas dessas tradições desrespeitavam os direitos básicos que Deus concedera às mulheres.

Que marcante contraste havia entre a atitude de Jesus para com as mulheres e a dos líderes religiosos judaicos! Como diz a Encyclopaedia Judaica, estes últimos consideravam as mulheres como “gananciosas, bisbilhoteiras, preguiçosas e ciumentas”. Conversar com uma mulher era malvisto, e “era vergonhoso para um erudito falar com uma mulher na rua”. (Jerusalem in the Time of Jesus [Jerusalém nos Dias de Jesus], de Joachim Jeremias; compare isso com João 4,27.) Muito mais se poderia dizer a respeito da atitude de desprezo dos líderes do judaísmo para com as mulheres. Mas o acima é suficiente para mostrar que o tratamento que Jesus dava às mulheres era deveras revolucionário na época.
Jesus deu o exemplo perfeito de como os homens podem ter um relacionamento caloroso, porém casto, com as mulheres. Ele não apenas conversava com elas, mas também ensinava-lhes profundas verdades espirituais. De fato, a primeiríssima pessoa a quem ele abertamente revelou a sua condição de Messias foi uma mulher, e, além do mais, uma samaritana. (João 4,7.25.26) Ademais, o incidente envolvendo Marta e Maria mostra claramente que, dessemelhante dos líderes religiosos judaicos, Jesus não achava que a mulher não tinha o direito de temporariamente deixar panelas e fogão a fim de aumentar seu conhecimento espiritual. Naquela ocasião, Maria “escolheu a boa porção”, dando prioridade a coisas espirituais. (Lucas 10,38-42) Poucos meses depois, porém, após o falecimento do irmão delas, foi Marta, e não Maria, quem demonstrou maior ansiedade de se encontrar com o Amo. Quanto nos emociona, mesmo hoje em dia, ler esse diálogo profundamente espiritual entre Jesus e Marta a respeito da esperança da ressurreição! (João 11,20-27) Que privilégio para Marta!

Jesus aceitou também que mulheres lhe ministrassem ao viajar pelo país. Em seu Evangelho, Marcos menciona ‘mulheres que costumavam acompanhar Jesus e ministrar-lhe quando ele estava na Galiléia’. (Marcos 15,40.41) Quem eram essas mulheres, e de que modo serviam a Jesus? Não sabemos o nome de todas elas, mas Lucas identifica algumas e explica como elas ministravam a Jesus.
Lucas escreve:

“Pouco depois, ele viajava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e declarando as boas novas do reino de Deus. E os doze estavam com ele, bem como certas mulheres que tinham sido curadas de espíritos iníquos e de doenças, Maria, a chamada Madalena, da qual saíram sete demônios, e Joana, esposa de Cuza, encarregado de Herodes, e Susana, e muitas outras mulheres, que lhes ministravam de seus bens.” (Lucas 8,1-3)
Jesus aceitava de bom grado que essas mulheres o acompanhassem e usassem seus pertences para ministrar as suas necessidades materiais e as de seus apóstolos.
Quando Jesus foi executado, “observando de certa distância, havia ali muitas mulheres que tinham acompanhado Jesus desde a Galiléia, para ministrar-lhe; entre estas estava Maria Madalena, também Maria, a mãe de Tiago e Josés”. (Mateus 27,55, 56) Assim, muitas mulheres fiéis ficaram ao lado de Jesus quando de sua morte. Digno de nota também é que as primeiras testemunhas de sua ressurreição foram mulheres. (Mateus 28,1-10) Isto por si só foi um golpe para a tradição judaica, pois no judaísmo as mulheres eram consideradas indignas de serem testemunhas legais. Com isto em mente, leia João 20,11-18, e tente imaginar a intensa emoção que Maria Madalena deve ter sentido quando o ressuscitado Amo lhe apareceu, chamou-a pelo nome e usou-a como testemunha para informar a Seus discípulos que ele estava deveras vivo!

Fiéis Mulheres Cristãs Após o Pentecostes
Após a ascensão de Jesus ao céu, mulheres piedosas estavam presentes com os apóstolos fiéis no quarto de andar superior em Jerusalém. (Atos 1,12-14) Que havia mulheres entre as pessoas sobre quem se derramou o Espírito Santo no Pentecostes é evidente. Por quê? Porque quando Pedro explicou o que ocorrera, ele citou Joel 2,28-30, que especificamente menciona “filhas” e “servas” ou “escravas”. (Atos 2,1.4.14-18) Portanto, mulheres geradas pelo Espírito, ungidas, faziam parte da Igreja já desde a sua fundação.
As mulheres desempenharam um papel importante, embora não predominante, na difusão do cristianismo. Maria, mãe de Marcos e tia de Barnabé, colocou a sua aparentemente espaçosa casa à disposição da igreja de Jerusalém. (Atos 12,12) E fez isso numa época em que havia um novo surto de perseguição contra os cristãos. (Atos 12,1-5) As quatro filhas do evangelista Filipe foram privilegiadas em ser profetisas cristãs. — Atos 21,9; 1 Coríntios 12,4, 10.

A Atitude de Paulo Para com as Mulheres
Vez por outra, o apóstolo Paulo é acusado de misoginia, isto é, ódio e falta de confiança nas mulheres. É verdade que foi Paulo quem insistiu que as mulheres se mantivessem no seu devido lugar na igreja cristã. Em circunstâncias normais, elas não deveriam ministrar o ensino na igreja. (1 Coríntios 14,33-35) Se uma mulher cristã falasse na igreja, porque não houvesse nenhum homem cristão presente ou porque ela profetizasse sob o impulso do Espírito Santo, requeria-se dela que usasse uma cobertura para a cabeça. Esta cobertura era “um sinal de autoridade”, prova visível de que essa mulher reconhecia o arranjo de chefia instituído por Deus. — 1 Coríntios 11,3-6, 10.
Paulo aparentemente achou ser necessário lembrar os primitivos cristãos desses princípios teocráticos a fim de que ‘todas as coisas ocorressem decentemente’ nas reuniões na igreja. (1 Coríntios 14,40) Mas, significa isto que Paulo era contra as mulheres, como alguns afirmam? Não, não significa. Não foi Paulo quem, no capítulo final de sua carta aos romanos, enviou calorosas saudações a nove mulheres cristãs? Não mostrou ele profundo apreço por Febe, Prisca (Priscila), Trifena e Trifosa, chamando estas duas últimas de ‘mulheres que trabalham arduamente no Senhor’? (Romanos 16,1-4, 6, 12, 13, 15) E foi Paulo quem escreveu sob inspiração: “Todos vós, os que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo. Não há nem judeu nem grego, não há nem escravo nem homem livre, não há nem macho nem fêmea; pois todos vós sois um só em união com Cristo Jesus.” (Gálatas 3,27.28) Paulo obviamente amava e apreciava suas irmãs cristãs, incluindo Lídia, que mostrou exemplar hospitalidade durante uma época de provação. — Atos 16,12-15.40; Filipenses 4,2.3.

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