por Darcy
Papiro P52 pode deixar de ser o mais antigo manuscrito do Novo Testamento
Vários sites repercutiram o
comentário do Dr. Daniel B. Wallace, feito recentemente durante um
debate com Bart Erhman, sobre a descoberta de mais sete papiros do Novo
Testamento. O anúncio de descobertas históricas nesta área, e feito
nestas circunstâncias, desperta naturalmente grande interesse; mas
também gera certa cautela em relação à aceitação e à divulgação da
notícia, já que, nesse caso, não foram revelados maiores detalhes sobre
o assunto. Ainda assim, considero importante tentar reproduzir algumas
palavras do Dr. Wallace em complemento ao comentário que fez durante o
evento. Ele escreveu um resumo do debate aqui.
E explica, a seguir, o que poderia significar a descoberta de novos
papiros, especialmente a de um fragmento do primeiro século:
Em 1ºde fevereiro de 2012, debati com Bart Ehrman na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, sobre se temos hoje o texto original do Novo Testamento. Este foi o nosso terceiro debate, e aconteceu diante de um público de mais de 1.000 pessoas. Eu mencionei que sete papiros do Novo Testamento haviam sido descobertos recentemente; seis deles provavelmente são do século II e um deles provavelmente do primeiro século. Os fragmentos serão publicados aproximadamente daqui a um ano.Estes fragmentos agora aumentam o nosso acervo da seguite forma: temos 18 manuscritos do Novo Testamento do século II e um do primeiro século. Ao todo, mais de 43% de todos os versículos do Novo Testamento são encontradas nesses manuscritos. Mas o mais interessante deles é o fragmento do primeiro século.Ele foi datado por um dos principais paleógrafos do mundo, que afirmou estar ”certo” de que o manuscrito é do primeiro século. Se isso for verdade, seria o mais antigo fragmento do Novo Testamento conhecido. Até agora, ninguém descobriu nenhum manuscrito do Novo Testamento do primeiro século. O mais antigo manuscrito do Novo Testamento é o P52, um pequeno fragmento do Evangelho de João, datado da primeira metade do século II. Foi descoberto em 1934.Não apenas isso. Além de ser do primeiro século, o fragmento pertence ao Evangelho de Marcos. Antes da descoberta deste fragmento, o manuscrito mais antigo que continha Marcos era o P45, do século III (200-250 DC). Este novo fragmento antecederia o P45 entre 100 e 150 anos.Como esses manuscritos mudam o que nós acreditamos sobre o que o Novo Testamento original diz? Teremos de esperar até que eles sejam publicados no próximo ano, mas por enquanto podemos dizer o seguinte: Tal como aconteceu com todos os papiros do Novo Testamento publicados anteriormente (127 deles publicados nos últimos 116 anos), nenhum único papiro novo tem-se autoelogiado como um registro original. Em vez disso, os papiros serviram para confirmar o que estudiosos do Novo Testamento já pensavam ser o texto original ou, em alguns casos, para confirmar um registro alternativo, mas que já se encontra nos manuscritos. Como exemplo: Suponha que um papiro tivesse a palavra “Senhor” em um versículo, enquanto todos os outros manuscritos tivessem a palavra “Jesus”. Os estudiosos do Novo Testamento não adotariam e nem têm adotado tal registro como original, precisamente porque temos provas abundantes para a redação original em outros manuscritos. Mas se um papiro antigo tem em outro lugar “Simão”, em vez de “Pedro”, e “Simão” também for encontrado em outros manuscritos antigos e de confiança, isso pode convencer os estudiosos de que “Simão” é o registro original. Em outras palavras, os papiros têm confirmado vários registros originais nos últimos 116 anos, mas não têm apresentado novos registros originais. O texto original do Novo Testamento se encontra nos manuscritos que são conhecidos há algum tempo.Estes novos papiros, sem dúvida, continuarão essa tendência. Mas, se este fragmento de Marcos for confirmado como do primeiro século, que emoção será ter um manuscrito datado do tempo em que viveram muitas das testemunhas oculares da ressurreição de Jesus!Fonte: DTS - Dallas Theological Seminary
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