Perigo: Islamismo no Brasil

NÃO VOU DIZER QUE FIQUEI PERPLEXO. Ninguém tem o direito de se espantar com nada  depois da idade adulta, tantas são as coisas absaurdas que a gente vê.  A perplexidade, como notou Marco Aurélio, o imperador-filósofo, não é digna dos homens que são ou querem ser sábios. Tudo se repete sempre. Portanto, nada é de fato surpreendente.
O espanto, em síntese, é a resposta da ignorância a qualquer coisa que fuja de nossa rotina.
Isto posto, neste vídeo francês está a notícia sobre o Brasil que mais me chamou a atenção neste tempo em que estou fora. O crescimento do islamismo nas favelas brasileiras.  Atenção. Não é o Islã do imigrante árabe  que se incorporou há muito ao Brasil, trazendo valores e credos do Oriente e mesclando-os harmoniosamente com os da terra que os acolheu.  A mesa dos brasileiros não seria tão boa sem o quibe e a esfiha.
O novo islamismo que se propaga no Brasil é bélico. Tem o palavreado e o tom dos jihadistas, os extremistas entregues a uma guerra de morte contra o Ocidente, simbolizado nos Estados Unidos e em Israel. Não tem as bombas, pelo menos por enquanto. Mas convém prestar atenção.  A repórter Eliane Brum captou o quadro, no ano passado, nas páginas da revista Época.
Ao contrário da Europa, as tropas brasileiras de devotos de Alá não são compostas de imigrantes, mas de convertidos. Ou reconvertidos, como são chamados dentro da lógica fanática de que todo mundo nasce muçulmano e em algum momento é desviado. São recrutados principalmente nas favelas.  Eles encontram no islamismo uma causa, um sentido para vidas desesperadas, em que o passado é um pesadelo e o futuro simplesmente não existe. O problema é que essa causa é extraordinariamente agressiva.
Repare.
Nos exíguos minutos do vídeo, você vê o mundo tal como enxergado pelos jihadistas.  Na letra da música, os sionistas de gravata — todos os outros, basicamente –  exploram, oprimem, matam. Portanto, é legítimo retaliar.  O grande sonho é estabelecer no Brasil uma República Islâmica.  Sionista é uma palavra sofisticada, quase pedante. Não faz parte do vocabulário do brasileiro médio.  Originalmente, designava os adeptos da criação de um Estado judeu. Hoje, para os extremistas islâmicos, sionista é a representação do mal. O bem está neles mesmos, exclusivamente.
É assim que sionista aparece na música do vídeo acima.
O novo islamismo brasileiro venera não o profeta Maomé, mas Muhammad, como você pode perceber no vídeo abaixo. Uma mulher de Porto Alegre se converte, com o filho garoto, e é Muhammad o invocado. É um sinal de quanto é forte, entre os neomuçulmanos brasileiros, a influência do radicalismo islâmico de fora. (O artigo continua depois do vídeo.)



BRASILEIRAS de véu, como a reconvertida de cima, são uma cena nova e, dadas as circunstâncias, ameaçadora.
A pregação extremista floresce sobretudo na pobreza e na ignorância, como mostra a reportagem da emissora francesa. O islamismo é apresentado como a redenção a quem vive uma vida de penúria e esperanças anuladas.  Não há resposta melhor a isso do que mitigar a miséria.  O Brasil um dia se cansou da inflação alta e se criaram as condições para seu fim.
É preciso que aconteça o mesmo com a pobreza que se traduz em favelas.
Chega.
É moralmente inaceitável que tantos brasileiros morem de forma tão precária. Numa frase conhecida, o então superministro da economia Delfim Netto, numa referência à distribuição de renda, disse que era necessário fazer crescer o bolo para depois dividi-lo. É uma frase já quarentona. O bolo cresceu, e daí?
Enquanto ele não for mais bem repartido haverá muitos ouvidos para pregações potencialmente explosivas como a do novo islamismo que se vê no Brasil, para o qual todos nós, os outros, somos sionistas e o profeta atende por Muhammad.

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