Cabe a culpa a Deus?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Se um outro cometesse um crime, mas a culpa dele fosse lançada sobre você, leitor, como se sentiria? Acharia isso muito injusto. A justiça exige que o culpado seja punido e o inocente eximido da culpa. Quando um motorista não faz caso dum sinal fechado, num cruzamento movimentado, e sofre por isso um grave acidente, a culpa não é da lei. Quando alguém se torna glutão e adoece por causa do excesso de comida, a culpa não cabe ao lavrador que produziu o alimento. Se um jovem, que foi bem criado, deixar o lar, desconsiderar o bom conselho do pai e se meter em dificuldades, a culpa não cabe ao pai. Então, por que se deveria culpar o Pai celestial, Deus, pelos erros cometidos pela humanidade? Não se deveria lançar a culpa sobre aquele a quem cabe — o culpado?
Há também mais outra coisa a considerar. Se culparmos a Deus por coisas tais como a fome resultante da falta de alimentos, a quem daremos o crédito pelos campos e pomares produtivos, os quais, em muitos países, produzem safras tão abundantes? Se culparmos a Deus pelas doenças, a quem daremos o crédito pelos maravilhosos sistemas de cura no próprio corpo? Se culparmos a Deus pelas favelas e malocas ou pelos mocambos das cidades, a quem daremos o crédito pelas majestosas montanhas, pelos lagos límpidos, as belas flores e as lindas árvores? É bem evidente que, se culparmos a Deus pelas dificuldades do mundo e depois lhe dermos crédito pelas boas coisas da terra, há uma contradição. O Deus amoroso não promoveria ao mesmo tempo tanto o bem como o mal.
Dizer que Deus não existe apenas agrava o problema. Crer que esta terra e suas formas maravilhosas de vida simplesmente vieram por acaso significa desconsiderar os fatos. Acontece que a terra está muito melhor equipada para sustentar a vida do que qualquer casa está, no entanto, cada casa teve um arquiteto e construtor inteligentes. Então, que dizer deste planeta, com seus sistemas muito mais maravilhosos, de ar, terra e água, para sustentar a vida? A Bíblia diz de forma lógica: “Cada casa, naturalmente, é construída por alguém, mas quem construiu todas as coisas é Deus.” (Hebreus 3,4) É verdade que alguns, visto que os homens fazem coisas más, chegaram à conclusão de que Deus não existe. Entretanto, isso é como dizer que, visto que as pessoas que moram em casas fazem coisas más, essas casas não tiveram nem arquiteto, nem construtor. É como dizer que certa pessoa nunca teve pai, porque está fazendo algo de errado.
Então, a quem cabe a culpa pelas coisas terríveis que têm acontecido à família humana? Grande parte da culpa cabe às próprias pessoas. A desonestidade e a frustração dos homens geram crimes. O orgulho e o egoísmo humanos estragam casamentos, criam ódios e preconceitos raciais. Os erros e a despreocupação dos homens causam poluição e imundície e a estupidez humanas causam guerras; e quando nações inteiras acompanham cegamente líderes políticos nessas guerras, então devem levar parte da culpa pelos sofrimentos. A fome e a pobreza são causadas principalmente pela negligência e pela ganância dos homens. Veja o seguinte: o mundo gasta agora bem mais de 200 bilhões de dólares por ano com armamentos. Se tudo isso fosse gasto corretamente com a produção e a distribuição equitativa de alimentos e com a eliminação da falta de habitações adequadas, imagine quanto se poderia fazer!
Deus criou também os humanos com livre-arbítrio, não para serem guiados pelo instinto, assim como os animais. E nós certamente apreciamos tal liberdade. Não gostamos de que alguém mande em nós, cada minuto da vida, dizendo-nos o que fazer. No entanto, essa liberdade não seria absoluta, quer dizer, não estaria sem limitações, mas seria relativa. Tinha de ser usada dentro dos limites das leis de Deus. Tais leis excelentes seriam poucas e simples, destinadas a dar a maior felicidade a toda a família humana. O amor de Deus aos homens mostrou-se em ele exigir que obedecessem às suas leis, visto que ele sabia que o respeito para com essas leis lhes traria benefícios infindáveis. O desrespeito por Deus e suas leis interferiria na felicidade deles. Não resultaria em nada de bom. De fato, causaria calamidade certa, porque Deus advertira Adão e Eva de que, se o abandonassem, ‘positivamente morreriam’. (Gênesis 2,17) Portanto, para continuarem a viver, não só tinham de comer alimento, beber água e respirar ar, mas também tinham de ser guiados por Deus e pelas leis dele.
Há outro motivo bem decisivo pelo qual nossos primeiros pais precisavam continuar na dependência de Deus. Este motivo é que os homens não foram criados para regeram seus assuntos com bom êxito independentes de Deus. Deus não lhes deu nem o direito, nem a capacidade para isso. Conforme diz a Bíblia: “Não é do homem terreno o seu caminho. Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.” (Jeremias 10,23) Por isso é que a Bíblia diz: “Quem confia no seu próprio coração é estúpido.” — Provérbios 28,26.

Fonte: revistas cristãs

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