Por que há tanta corrupção?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

“Não deves aceitar suborno, pois o suborno cega os perspicazes e pode deturpar as palavras dos justos.” — Êxodo 23,8.

 A versão Fácil de Ler reza:
 Se alguém tentar pagá-lo para concordar com ele quando ele está errado, não aceite esse pagamento. Um pagamento como esse pode cegar juízes para que eles não consigam ver a verdade. E um pagamento como esse pode fazer as pessoas boas dizerem mentiras.
TRÊS mil e quinhentos anos atrás, a Lei de Moisés condenou o suborno. No decorrer dos séculos desde então, têm proliferado leis contra a corrupção. Não obstante, a legislação não tem conseguido refrear a corrupção. Milhões de subornos trocam de mãos todos os dias, e bilhões de pessoas sofrem as conseqüências disso.
A corrupção tem ficado tão generalizada e tão sofisticada, que ameaça minar a própria estrutura da sociedade. Em alguns países, quase não se consegue nada sem dar suborno. Quando se suborna a pessoa certa, consegue-se passar em exames, obter carteira de motorista, fechar um contrato ou ganhar uma causa jurídica. “A corrupção é como uma forte poluição que incomoda o espírito das pessoas”, lamenta Arnaud Montebourg, um advogado de Paris.
O suborno anda solto especialmente no mundo do comércio. Algumas firmas destinam um terço de todos os seus lucros apenas para subornar burocratas corruptos do governo. Segundo a revista britânica The Economist, até 10 por cento dos US$25 bilhões gastos por ano no comércio internacional de armas são utilizados para subornar clientes em potencial. Com o aumento da escala desta corrupção, as consequências se tornaram catastróficas. Diz-se que na década que passou, o capitalismo de “camaradagem” — práticas corruptas de negócios, que favorecem uns poucos privilegiados com quem se tem bom relacionamento — arruinou a economia de países inteiros.
É inevitável que os que mais sofrem com a corrupção e a devastação econômica que causa são os pobres — aqueles que raras vezes estão em condições de subornar alguém. Conforme o expressou sucintamente The Economist, “a corrupção é apenas uma forma de opressão”. Pode-se superar este tipo de opressão ou é a corrupção inescapável? Para obter as respostas a estas perguntas temos de primeiro identificar algumas das causas fundamentais da corrupção.

Quais são as causas da corrupção?
Por que preferem algumas pessoas ser corruptas em vez de honestas? No caso de algumas delas, ser corruptas pode ser o modo mais fácil, ou mesmo o único modo, de conseguirem o que querem. Às vezes, um suborno pode ser o meio conveniente de evitar uma punição. Muitos dos que observam que políticos, policiais e juízes parecem não fazer caso da corrupção ou até mesmo a praticam apenas seguem o exemplo deles.
Ao passo que a corrupção aumenta vertiginosamente, ela se torna cada vez mais aceitável até se tornar, por fim, um modo de vida. Aqueles que têm uma renda lamentavelmente baixa acham que não têm outra opção. Precisam exigir subornos se querem uma renda satisfatória. E quando aqueles que exigem subornos ou os pagam para conseguir uma vantagem injusta escapam da punição, poucos estão preparados para ir contra a maré. “Por não se ter executado prontamente a sentença contra um trabalho mau é que o coração dos filhos dos homens ficou neles plenamente determinado a fazer o mal”, observou o Rei Salomão. — Eclesiastes 8,11.
Duas forças poderosas continuam a atiçar o fogo da corrupção: o egoísmo e a ganância. Por causa do egoísmo, os corruptos fecham os olhos ao sofrimento que sua corrupção causa a outros, e eles justificam o suborno simplesmente porque tiram proveito dele. Quanto mais benefícios materiais derivam, tanto mais gananciosos se tornam esses praticantes da corrupção. “O mero amante da prata não se fartará de prata”, disse Salomão, “nem o amante da opulência, da renda”. (Eclesiastes 5,10) Admite-se que a ganância pode ser boa para ganhar dinheiro, mas ela invariavelmente fecha os olhos à corrupção e à ilegalidade.
Outro fator que não deve ser despercebido é o papel desempenhado pelo deus deste mundo, a quem a Bíblia identifica como Satanás, o Diabo. (1 João 5,19; Apocalipse 12,9) Satanás promove ativamente a corrupção. O maior suborno de que há registro foi o que Satanás ofereceu a Cristo. ‘Todos os reinos do mundo te darei, se prostrado me adorares.’ — Mateus 4,8.9.
Jesus, porém, era incorruptível e ele ensinava aos seus seguidores a se comportarem de modo similar. Podem os ensinos de Cristo ser hoje um instrumento eficaz para combater a corrupção? Com certeza. Apliquemo-nos.

Fonte: revistas cristãs

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