E para o “Ocidente”, como gostamos de chamar, as famílias imigrantes trouxeram em sua bagagem, as cruéis tradições de suas aldeias: um imigrante do Azerbaijão foi julgado em São Petersburgo por contratar alguém para matar sua filha, porque a menina “havia desobedecido à tradição nacional” ao usar uma minissaia; próximo à cidade de Charleroi na Bélgica, Sadia Sheikh foi assassinada com um tiro pelo irmão por negar-se a casar com um paquistanês escolhido por sua família; em Toronto, Kamikar Kaur Dhillon cortou a garganta da sua nora, Amandeep, porque queria separar-se do marido -um casamento arranjado-, Dhillon disse à polícia que essa separação “desgraçaria a honra da família”.
É uma tragédia, um horror, um crime contra a humanidade. Os detalhes dos assassinatos (de mulheres decapitadas, queimadas até a morte, apedrejadas, esfaqueadas, estranguladas e enterradas vivas em nome da “honra” de suas famílias) são tão brutais quanto vergonhosos.
Muitas organizações do Oriente Médio e do Sudeste Asiático suspeitam que o número de vítimas seja quatro vezes maior que o que foi divulgado pela Organização das Nações Unidas, o que reflete cerca de 5.000 morte por ano. A maioria das vítimas são jovens, muitas ainda adolescentes, e são massacradas segundo uma repugnante tradição que remonta a centenas de anos, porém agora reina na metade do planeta.
Uma investigação de 10 meses do jorna The Indepenndent, realizada na Jordânia, Paquistão, Egito, Gaza e na Cisjordânia desenterrou detalhes chocantes de horríveis assassinatos. Na verdade, a “honra” (ou “ird”) das famílias, comunidade e tribos, transcende a religião e a misericórdia. Mas, os grupos de defesa das mulheres, as organizações de direitos humanos e a Anistia Internacional, indicam que a matança de inocentes por “desonra” das famílias cresce a cada ano.
A situação das mulheres curdas no Iraque, das palestinas, e das mulheres da Jordânia, Paquistão e Turquia parece ser as piores, porém a censura da imprensa nesses países possivelmente compensa o segredo que envolve os crimes de “honra” como por exemplo no Egito, país que afirma falsamente não existir nenhum caso assim como outras nações do Oriente Médio e do Golfo.
Mas, os crimes de honra se espalharam pela Grã-Bretanha, Bélgica, Rússia, Canadá e outros países. Os agentes de segurança e tribunais de grande parte do Oriente Médio tem prestado com freqüência, suaconivência para reduzir ou anular as sentenças de assassinatos familiares de mulheres, classificando os casos como suicídio.
Com você reagiria diante de um homem (e isto tem ocorrido tanto na Jordânia como no Egito) que estupra sua própria filha e depois de engravida-la mata ela para salvar a “honra” da família? Ou diante do caso do turco, pai e avô da província de Adíyaman, que em fevereiro enterrou viva a sua filha Medine Mehmik, de 16 anos, por “fazer amizade com os garotos?” O corpo foi encontrado 40 dias depois, de costas e com as mãos amarradas.
Ou frente ao caso de Aisha Duhulow, de 13 anos, que na Somália, em 2008, foi arrastada na frente de milhares de pessoas até um buraco para ser enterrada até o pescoço e apedrejada por 50 homens por cometer adultério?
Após dez minutos, a desenterraram e, vendo que ainda estava viva, voltaram a enterrar para iniciar novamente o apedrejamento. Seu crime? Ela foi estuprada por três homens e, fatalmente, sua família decidiu comunicar o incidente à milícia Al-Shabab.
Ou ainda o caso do “Juiz” Islâmico que, também na Somália, anunciou em 2009 a sentença de apedrejamento para uma mulher por ela ter uma amante, enquanto seu amante recebeu um castigo de apenas 100 chibatadas?
HISTÓRIAS
Em agosto de 2008, no Baluchistão, cinco mulheres foram enterradas vivas por “crimes de honra”: três delas – Hameeda, Raheena y Fauzia – eram adolescente que, depois de golpeadas, foram jogadas vivas em uma vala, aonde foram cobertas com pedras e terra. Quando as mulheres mais velhas, de 45 e 38 anos, protestaram, sofreram o mesmos destino. As três mais jovens haviam tentado escolher seus maridos. No Parlamento paquistanês, Israrullah Zehri aludiu aos assassinatos como parte de uma “tradição de séculos” que ele mesmo “seguiria defendendo”.
Ainda mais escandaloso, o estupro é usado também como punição para os crimes de “honra”. Em 2002, e, Punjab, um “júri” tribal afirmou que um menino de 11 anos da tribo Gujar, Abdul Shakoor, tinha saído sem companhia com uma mulher de 30 anos da tribo Mastoi , fato que “desonra” os Mastóis.
Os anciãos decidiram que para “devolver” a honra da tribo, a irmã do garoto de 18 anos, Mukhtaran Bibi, devia se estuprada grupalmente. O pai da jovem obediente levou a garota para o “júri”.
Quatro homens, incluindo um membro do júri, a arrastaram para uma cabana e a estupraram enquanto cerca de 100 homens aplaudiram. Passou uma semana até que o crime fosse registrado como “queixa”.
Os ataques com ácido também são freqüentes. Bilal Khar, de Karachi, jogou ácido no rosto de sua esposa Fakhar Yunu quando ela o deixou para voltar a casa de sua mãe. O ácido derreteu, queimou seus cabelos, seios e uma orelha, e seu rosto se tornou “uma massa de borracha queimada”.
Há mais de 10 anos, a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, registrou uma média anual de 1.000 assassinatos de “honra”. Porém se o Paquistão parasse ter o recorde dos crimes de “honra” – e recordemos que muitos países afirmam falsamente que não cumprem com essa tradição -, a Turquia seguramente ocupa a segunda colocação. Entre 2000 e 2006, 408 mulheres – 20% delas entre 19 e 25 anos foram assassinadas por “crimes de honra”. Outras estatísticas turcas revelam que pelo menos 200 mulheres são assassinadas por “honra” anualmente. Estes valores são agora considerados um verdadeiro eufemismo.
Grande parte das mortes ocorreu nas regiões curdas, mas o assassinato de “honra” das mulheres não é exclusivamente um crime curdo. Em 2001, Sait Kina matou a pauladas a sua filha de 13 anos por conversar com alguns rapazes na rua. Ele a atacou durante o banho com um machado e uma faca. Quando a polícia encontrou o corpo, descobriu que a cabeça tinha sido decapitada e que a família havia amarrado com um lenço. Kina disse a polícia: “Cumpri com meu dever”.
Óleo fervente
O Ativista britânico curdo Aso Kamal, da Rede Dooa contra a violência, acredita que entre 1991 e 2007 foram assassinadas 12.500 mulheres por razões de “honra” somente nas províncias curdas do Iraque. Muitas famílias ordenam que as mulheres se suicidem queimando-se com óleo quente.
Nos territórios palestinos, a Human Rigjts Watch tem acusado há muito tempo o sistema policia e judicial, pelo fracasso quase que total em proteger as mulheres das matanças em nome da “honra”.Consideremos, por exemplo, o caso moça de 17 anos que em 2005 foi estrangulada por seu irmão por ter engravidado de seu próprio pai, que também esteve presente durante o crime.
Mesmo no Líbano considerado mais liberal, têm ocorrido os assassinatos de “honra”, o mais notório foi o de uma mulher de 31 anos, Mona Kaham, cujo pai cortou sua garganta depois de saber que ela havia engravidado do primo. Não surpreendentemente, uma pesquisa revelou que 90,7% dos libaneses se opõem aos assassinatos de “honra”. Entre os poucos que aprovam, muitos crêem que contribuem em limitar os matrimônios interreligiosos.
As disputas tribais muitas vezes levam aos assassinatos de “honra” no Irã e Afeganistão. No Irã, por exemplo, um funcionário da província étnica árabe de Juzestán, afirmou em 2003 que 45 jovens havia sido assassinadas em execuções de “honra” em dois meses. Todas foram executadas porque se negaram a cumprir com um casamento arranjado, por não respeitar o código de vestimenta islâmica ou por ter contato com homens.
Através do véu escuro da punição dos vilarejos afegãos, ocasionalmente surge o terror das execuções de adolescentes. Quando Siddiqam, com apenas 19 anos, e seu noivo Jayyam foram levados este mês diante de um tribunal religioso aprovado por talibãs em Kunduz, suas últimas palavras foram: Nós nos amamos, venha o que vier”. Na praça do mercado de Mulla Quli, uma multidão (que incluía familiares dos dois jovens) apedrejou a ambos.
E para o “Ocidente”, como gostamos de chamar, as famílias imigrantes trouxeram em sua bagagem, as cruéis tradições de suas aldeias: um imigrante do Azerbaijão foi julgado em São Petersburgo por contratar alguém para matar sua filha, porque a menina “havia desobedecido à tradição nacional” ao usar uma minissaia; próximo à cidade de Charleroi na Bélgica, Sadia Sheikh foi assassinada com um tiro pelo irmão por negar-se a casar com um paquistanês escolhido por sua família; em Toronto, Kamikar Kaur Dhillon cortou a garganta da sua nora, Amandeep, porque queria separar-se do marido -um casamento arranjado-, Dhillon disse à polícia que essa separação “desgraçaria a honra da família”.
Estes são apenas alguns assassinatos, alguns nomes, uma pequena seleção de histórias de horror que ocorreram em todo o mundo, a fim de demonstrar a infecção generalizada de algo que deve ser reconhecido como um crime enorme, uma tradição muçulmana selvagem que não admite nenhuma intervenção piedosa, nenhuma lei estatal, e que rara às vezes provoca algum remorso.
Texto publicado pelo Minuto Digital e traduzido e pelo De olho na Jihad.
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