Quando começa a vida humana?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O dia 21 de setembro de 1989 foi um dia incomum para o Quinto Distrito Judicial do Estado do Tennessee, EUA. Naquele dia, o tribunal itinerante expressou uma opinião oficial sobre a disputa pela custódia de sete embriões humanos congelados. O tribunal teve de decidir qual dos genitores divorciados tinha direito à custódia. Contudo, havia primeiro outra questão que exigia uma decisão: Os embriões devem ser considerados como propriedade ou como seres humanos?
O professor Jerome Lejeune, de Paris, geneticista de fama internacional, testemunhou perante o tribunal que cada humano tem um início singular, que ocorre no momento da concepção, e que “assim que é concebido, um homem é um homem”. Em outras palavras, começando no estágio de três células (zigoto), os embriões são, como ele disse no tribunal, “pequeninos seres humanos”! — O grifo é nosso.
Quando se lhe perguntou se testemunhava que o zigoto deveria ser tratado com os mesmos direitos de um adulto, o Dr. Lejeune respondeu: “Não vou afirmar-lhe tal coisa porque não estou em condições de saber isso. Estou-lhe dizendo que ele é um ser humano, e, portanto, é a Justiça que dirá se este ser humano tem ou não os mesmos direitos que os outros. . . . Mas, na qualidade de geneticista, você me pergunta se este ser humano é um humano, e eu lhe direi que por ser ele um ser, e, sendo humano, ele é um ser humano.”
Baseando-se primariamente no depoimento irrefutável do Dr. Lejeune, três destacadas conclusões dos tribunais são:
□“A partir da fertilização, as células de um embrião humano são diferenciadas, singulares e individualizadas no mais elevado grau de distinção.”
□“Os embriões humanos não são propriedade.”
□“A vida humana começa por ocasião da concepção.”
Concorda isso com o que a Bíblia diz sobre o começo da vida humana?

A Vida Começa por Ocasião da Concepção
Deus é “a fonte da vida” e “por meio dele temos vida, e nos movemos, e existimos”. (Salmo 36,9; Atos 17,28) O que diz o Criador sobre quando começa a vida? Ele encara a vida duma criança como preciosa até mesmo durante os estágios iniciais de desenvolvimento, após a concepção. Mais de 3.000 anos antes da decisão acima mencionada do tribunal, Ele inspirou Davi, seu profeta, a escrever
“Mantiveste-me abrigado no ventre de minha mãe. Elogiar-te-ei porque fui feito maravilhosamente, dum modo atemorizante. Teus trabalhos são maravilhosos, de que minha alma está bem apercebida. Meus ossos não te estavam ocultos quando fui feito às escondidas [no útero], quando fui tecido [alusão às veias e artérias, bordadas através do corpo como fios coloridos de tecido] nas partes mais baixas da terra [descrição poética da escuridão no útero]. Teus olhos viram até mesmo meu embrião, e todas as suas partes estavam assentadas por escrito no teu livro.” — Salmo 139,13-16.
A partir do momento da concepção, a vida em desenvolvimento segue um padrão preciso, como se obedecesse a instruções registradas num livro, um livro muito grande. “A quantidade de informações contidas no zigoto”, diz o Dr. Lejeune, “se decifradas e digitadas num computador, diriam ao computador como calcular o que acontecerá a seguir, essa quantidade de informações é tão grande, que ninguém seria capaz de medi-la”.

A Vida de um Nascituro É Preciosa
Assim, o nascituro em desenvolvimento no útero é muito mais do que um mero pedaço de tecido. Tem grande valor, e por esta razão, Deus declarou que uma pessoa teria de prestar contas por danos causados a uma criança por nascer. Sua lei, em Êxodo 21,22-23, adverte:
“Caso homens briguem entre si, e eles realmente firam uma mulher grávida e deveras saiam os filhos dela, mas não haja acidente fatal, sem falta se lhe deve impor uma indenização segundo o que o dono da mulher lhe impuser; e ele tem de dá-la por intermédio dos magistrados. Mas se acontecer um acidente fatal, então terás de dar alma por alma.”
Algumas Bíblias traduzem os versículos acima de modo a fazer com que o enfoque principal da lei seja o que acontece à mulher. Contudo, o texto hebraico original dirige a atenção para um acidente fatal tanto no caso da mãe como da criança. Assim, um aborto deliberado, só para evitar o nascimento duma criança indesejada, equivale a tirar intencionalmente a vida humana.
Alguns talvez argumentem que o embrião humano não é uma vida humana porque não consegue sustentar-se sozinho fora do útero. Esse raciocínio não tem fundamento. Ninguém duvida que um recém-nascido — com apenas minutos de vida — seja um ser humano. Todavia, se essa criança fosse colocada despida num campo aberto, por quanto tempo sobreviveria? É completamente indefesa e, como o embrião ou um feto, carece da capacidade de sustentar-se. O recém-nascido precisa de abrigo, aconchego e alimento — o sustento, a ajuda e a assistência que só um adulto, como a mãe, pode fornecer.
Portanto, a decisão legal mencionada no início concorda com o ponto de vista da Bíblia de que a vida humana começa com a concepção. A vida do nascituro não é algo trivial para ser eliminada intencionalmente como objeto estranho inconveniente. A vida humana é sagrada, não só depois que deixa o útero, mas também enquanto dentro do útero.

[Nota(s) de rodapé]

O substantivo “acidente fatal” (em hebraico, ’asóhn) não tem ligação específica com “uma mulher grávida”; assim, o acidente mortal não se limita à mulher, mas incluiria apropriadamente “os filhos dela” no ventre.

Fonte: g90

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