É o suficiente ser um bom cientista para pertencer à Academia Pontifícia de Ciências?

sábado, 22 de janeiro de 2011

O neurocirurgião brasileiro Miguel Nicolelis foi recentemente nomeado como membro da Pontifícia Academia das Ciências (APC). Este homem é conhecido no meio científico por suas experiências com robôs controlados neurologicamente. O problema é que ele também é conhecido por protestar a favor do aborto e casamento gay. E é aí que surge o problema, o conflito: pode alguém da Academia Pontifícia de Ciências ser pró-aborto e lobista pró-gay?

É óbvio que Nicolelis não foi nomeado como um membro da APC por a sua capacidade de recitar o Credo nem dar aulas de catequese em sua paróquia. Obviamente, não se faz uma revisão da doutrina moral católica a todos os candidatos a membros da instituição do Vaticano. Como bem disse o interessado "um outro colega na Academia, o físico Stephen Hawking, tem a mesma opinião que eu. A Academia de Ciências, em sua carta, deixa claro que nenhum dos seus membros deve acreditar em Deus ou pertencer à religião católica". Até aí, tudo bem, mais ou menos. Agora, uma coisa é não ser católico e outra é ser uma personagem que publicamente se atira a tudo o que a Igreja defende no domínio da proteção da vida e da família.

Eu posso entender que a APC não está fechada para os não-católicos. Mas eu não posso concordar em permitir que seja membro da mesma alguém que é instrumento da cultura da morte. Ou seja, eu não acho que é o suficiente ser um bom cientista para pertencer à Academia Pontifícia. Deve ser estabelecido que os candidatos tenham um mínimo de ética e moral de acordo com a Igreja. Eu não acho que membros com currículos pró-abortistas devam ser membros da APC. É uma questão de bom senso e decência institucional.

Luis Fernando Pérez Bustamante
Tradução: Emerson de Oliveira

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