Desculpe a demora em escrever

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011


JÁ PLANEJOU escrever uma carta, mas pôs o assunto de lado continuamente? Então, quando realmente começou a pensar seriamente no assunto, a demora talvez se tenha estendido a semanas, talvez meses. Não é de admirar que sua carta talvez tenha começado então com a desculpa: “Desculpe a demora”!
Não é o único em tais circunstâncias. Sem dúvida, já recebeu cartas de outros, pedindo desculpas pela demora ou por um longo silêncio. Outros compreenderam, assim como o leitor, que deveriam ter mandado uma resposta mais prontamente. E quanto maior a demora, tanto mais desajeitada fica a situação, talvez, tanto assim que sabe-se de pessoas que desistiram da idéia de responder. Por que existe esta tendência comum de deixar as coisas para depois?
Muitos assuntos exigem nosso tempo e nossa atenção. Mas, realmente achamos tempo para as atividades vitais como nosso trabalho, para comer, fazer compras e para dormir cada noite. Assim, amiúde é mais uma questão de achar tempo para responder aos amigos cujas cartas apreciamos.

Por Que Escrevemos
Talvez, se considerarmos algumas das razões para escrever cartas a amigos e parentes sejamos ajudados a enfrentar este problema. Nos tempos primitivos, as famílias costumavam viver na mesma vizinhança próxima. Não havia a mesma necessidade de se escreverem cartas. Mas, hoje, a situação é bem diversa. Não é de todo incomum os membros da mesma família se acharem amplamente espalhados pelo país, ou, até mesmo em terras distantes.
Não há uma obrigação moral de preocupar-se uns com os outros, o pai com o filho, o filho com os pais, Por certo, a falta de interesse em tais circunstâncias pode ser entendida como significando falta de afeição natural?
Mas, mesmo sem nutrir qualquer idéia de obrigação, há o prazer inconfundível que a pessoa sente ao ministrar as necessidades de outrem. É até mesmo mais satisfatório do que se receber um presente de alguém. Seus amigos e parentes seriam certamente edificados por receberem alguma evidência de seu bem-estar, uma carta alegre e cheia de notícias, de sua caneta. Duvida disso? Então, pense só em sua própria experiência.
Poucas coisas são tão deleitosamente recebidas como uma ótima carta. Há, usualmente, agradável excitação ligada a ela. Torna-nos felizes, não torna, felizes de que alguém pensou em nós? E há vívida expectativa, ao abrirmos o envelope. Até esse ponto, é uma espécie de mistério. O que encontraremos lá dentro? Talvez se trate de experiências interessantes da pessoa, a expressão de amor de tal pessoa por nós, ou uma expressão de bondade e consideração.
Por certo, então, gostaríamos de ser o motivo de alguém gozar este mesmo estímulo e prazer de receber uma carta!

O Que Podemos Fazer
Mesmo que esteja extra ocupado, não há algo que possa fazer para manter-se em contato com parentes e amigos? O que dizer de enviar uma carta-envelope ou um cartão postal colorido? Talvez envie apenas umas notícias breves. Não há necessidade de escrever uma carta longa. Deveras, cartas longas podem ser cansativas, em especial se as pessoas a quem estiver escrevendo também são muito ocupadas. O livro Along the Road (Pelo Caminho), expressa-se da seguinte forma:
“Há muitas pessoas que praticamente nunca escrevem para os velhos amigos, porque acham que, se chegarem a escrever, têm de escrever bastante. Mas, esse é um grande erro; e pela indolente reticência rompem-se muitos bons vínculos. O ponto é a carta, não sua extensão ou a qualidade literária da carta. E é penoso pensar-se que algumas palavras rabiscadas num pedaço de papel, três ou quatro vezes por ano, poderiam impedir que uma boa amizade pereça indiferentemente por falta de nutrição.”
Não, não há necessidade de esperar até que tenha bastante matéria para encher uma carta comprida. Deveras, talvez aconteça que a pessoa que espera sua carta esteja primariamente interessada em saber que está passando bem, física e espiritualmente. Assim, por que não informar-lhe logo? E, naturalmente, expresse seu interesse em saber como esse seu correspondente está passando.
As amizades são preciosas. Os amigos estão ansiosos de conhecer e comunicar uns aos outros os eventos e acontecimentos que influem sobre eles. Os filhos e os genitores possuem íntimo vínculo. Os jovens distante de casa devem certamente querer saber como seus pais estão passando. E os pais podem escrever bons conselhos para a geração mais nova.

Escrever Pode Ser Apreciável
Escrever não precisa ser enfadonho ou uma obrigação. Poderá anotar num bloco de memorandos de tempos a tempos as coisas que deseja incluir em sua próxima carta. Talvez saiba de alguma estória engraçada para relatar, ou alguma experiência. As experiências que lhe trazem prazer também serão apreciadas por outros. Determine, também, que sua carta seja algo encorajador.
E, sempre pode recordar as coisas. Isso aproxima mais os amigos. Se estiver escrevendo a seus pais, seria ótimo deixar que saibam que não se esqueceu dos muitos pormenores interessantes da vida em casa — aquela planta na sala de estar que tanto orgulho trazia à mamãe, ou aquela cerejeira em pleno florido junto à janela da cozinha. Está o papai ainda trabalhando naquele projeto no porão! Será agora a vez do irmão mais jovem cumprir os deveres quanto à casa! Suas perguntas indicam que se importa.
Sim, uma carta pode abrilhantar o dia de alguém, assim como abrilhanta o seu. Sempre que se inclinar a deixar por muito tempo de escrever suas cartas, pense só em todo o bem que sua breve carta pode realizar. Tente evitar ter de iniciar suas cartas com a frase “Desculpe a demora.” Antes, escreva logo!

Extraído de revistas cristãs

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