Um aviso dado pela antiga Roma

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011


MENTIR por vantagens comerciais; crime nas ruas; imoralidade sexual e divórcio fácil; divertimento que dava destaque à brutalidade. Parece-lhe a descrição do mundo em que vive? E é mesmo! Mas, sabia que é também descrição da antiga Roma?
Estas mesmas práticas enfraqueceram tanto o Império Romano que, em 476, ruiu ante seus inimigos, assim como uma árvore troncuda, podre por dentro, desaba ao solo numa tempestade. Isto encerra um aviso para nós.

Amantes do Dinheiro
Os romanos eram materialistas que viviam em função dos bens que pudessem ajuntar ao seu redor. Visto que o dinheiro comprava tais coisas, buscavam-no com avidez, não tendo escrúpulos quanto a como o obtinham. Um escritor romano chamado Marcial revelou a atitude geral da aristocracia romana quando instou com um amigo de inclinações honestas que deixasse Roma. Por quê? Porque este amigo não era parasita, não sabia contar mentiras como um leiloeiro, era incapaz de defraudar as senhoras idosas de suas propriedades, passar adiante falsos rumores políticos ou de jogo, ou de outras formas obter dinheiro por meios corruptos.
O amor ao dinheiro tornou muito populares em Roma os ricos homens idosos que eram solteirões. Eram adulados pelos conhecidos que esperavam ser mencionados em seus testamentos. Descrevendo isso, o livro A Day in Old Rome (Um Dia na Roma Antiga), de William S. Davis, comenta: “É garantido o solteirão rico receber serviço obsequioso de inumeráveis direções. Quanto mais ele tosse e mais pálido fica, mais presentes recebe e mais amigos barulhentamente condolentes se apinham em volta de seu leito. Chegam ao mais profundo servilismo, e às vezes são recompensados.” Assim que fossem mencionados num testamento, não era improvável que um de tais amigos apressasse a morte do solteirão.
Como era de se esperar entre essa gente amante do dinheiro, o crime nas ruas era elevado. Depois do pôr do sol, ninguém se atrevia a sair em ruas sem iluminação, a menos que estivesse acompanhado de amigos ou escravos com tochas. Homens com punhais espreitavam as mas. Havia também anárquicos jovens da nobreza que perambulavam pelas ruas em grupos, derivando sádico prazer de espancar pessoas mal protegidas que encontravam a percorrer as ruas à noite.
A justiça nos tribunais era para o homem que tinha dinheiro e que podia ostentar uma aparência de riqueza por usar anéis vistosos e uma fina toga. Se a aparência da pessoa não refletisse riqueza, os jurados presumiam que era um João-ninguém e votavam contra ela. Neste respeito, o livro Beacon Lights of History (Faróis da História), de John Lord, declara: “O que diremos da exaltada justiça, quando os julgamentos eram feitos à base de pontos técnicos, e geralmente a favor dos que tinham bolsas mais compridas; de modo que não só era dispendioso recorrer à lei, mas tão dispendioso a ponto de ser ruinoso! O que se poderia esperar das leis, por melhor que fossem, quando se constituíam canais de extorsão, quando ocupar o próprio Assento dos Juízes era o grande instrumento pelo qual os homens poderosos protegiam os seus monopólios?”
Até mesmo nos dias do apóstolo cristão, Paulo, 400 anos antes da queda de Roma, o suborno de autoridades públicas não era incomum. O Procurador romano, Félix, manteve Paulo na prisão por dois anos, à espera de julgamento, na esperança de receber suborno dele. — Atos 24,26-27.

Sem Autodomínio
Sendo materialistas, os romanos proviam os meios de satisfazer os desejos carnais de toda a forma concebível. O livro Decline and Fall of the Roman Empire (Declínio e Queda do Império Romano); de Edward Gibbon, afirma:
“A maior parte dos nobres, que dissipavam suas fortunas em profusa luxúria, sentiam-se pobres no meio da riqueza, e inúteis numa rodada constante de dissipação. Seus desejos eram continuamente satisfeitos pelo labor de mil mãos; do numeroso séquito de seus escravos domésticos, que eram movidos pelo temor de punição; e das várias profissões de artífices e mercadores, que eram mais fortemente impelidos pelas esperanças de lucro.”
As esposas tinham seus casos amorosos extra-maritais e os maridos tinham suas amantes. Até mesmo os adolescentes frequentavam os bordéis e tinham seus casos com mulheres e homens. O divórcio era fácil. Tudo o que a pessoa tinha de fazer era dizer a seu cônjuge diante de testemunhas: “Leva embora o que é teu!” Não era incomum um casal se separar, casar em outra parte, separar-se de novo e refazer o antigo casamento. Algumas mulheres se vangloriavam, conforme se acha comemorado em seus túmulos, de terem tido oito maridos em cinco outonos.
O livro Roman Imperial Civilisation, de Harold Mattingly, observa:
“Havia lugar para muitas virtudes da vida particular, para a devoção do marido e da esposa, para firmes lealdades familiares. Havia, porém, muito para justificar o protesto cristão. As normas eram baixíssimas; ensinava-se a imoralidade nos espetáculos teatrais e públicos, e os casamentos eram contraídos e rompidos com demasiada facilidade.”
No que diz respeito ao comer e ao beber, os romanos também nisso manifestavam falta de autodomínio. Seus banquetes com muita freqüência se transformavam em orgias. Serviam-se eméticos aos convidados para que pudessem vomitar num lugar especialmente destinado a isso e daí voltar à mesa de banquete e continuar a entregar-se ao prazer sensual do comer e do beber.
Uma inscrição tumular verídica, que expressa a atitude comodista dos romanos, reza: “Banhos, vinho, e amores — estes prejudicam nosso corpo, mas fazem que a vida valha a pena ser vivida. Já vivi os meus dias. Refestelei-me, e bebi tudo quanto desejei. Houve tempo em que não existia; daí passei a existir; agora voltei a não existir — mas, não me importo.”

Povo Brutal
As excelentes qualidades de compaixão, misericórdia, bondade e empatia não eram comuns entre os romanos. Eram tão corruptos moralmente ao ponto de serem insensíveis ao bem-estar ou sofrimentos alheios. Gibbon declara: “No exercício da jurisdição doméstica, os nobres de Roma manifestam aguda sensibilidade por qualquer injúria pessoal, e desdenhosa indiferença pelo restante da espécie humana. Quando pedem água quente, se um escravo for vagaroso em sua obediência, é instantaneamente castigado com trezentas chicotadas; mas caso esse mesmo escravo cometa assassinato premeditado, o amo brandamente comentará que é um sujeito imprestável, mas se repetir a ofensa não deixará de ser punido.”
Nas arenas romanas, o povo sentia especial deleite de assistir aos gladiadores se matarem e aos animais selvagens estraçalharem criaturas humanas ou outros animais. O livro The Historian’s History of the World (A História do Mundo por um Historiador), de Henry Smith Williams, comenta: “Devemos lembrar-nos de que estas coisas não eram feitas casualmente, ou sob a influência de algum acesso estranho de frenesi popular. Eram feitas proposital, sistemática, e calmamente; constituíam o divertimento básico, quase cheguei a dizer a ocupação normal, de um povo inteiro, cujo único clamor audível era por ‘panem et circenses’, ‘pão e sangue’.”

Colhe-se O Que Se Planta
Por viverem para os prazeres sensuais e para as coisas materiais, os romanos semearam egoistamente visando a carne, e assim ceifaram a corrupção em resultado disso. Esta é uma lei fundamental expressa na Bíblia: “Não vos deixeis desencaminhar: De Deus não se mofa. Pois, o que o homem semear, isso também ceifará; porque aquele que semeia visando a sua carne, ceifará da carne corrução.” (Gál. 6,7-8) O cultivo de vícios só pode levar a uma única direção e esta é para baixo, para níveis cada vez mais baixos de depravação, conforme foi tão vividamente demonstrado pelos romanos.
Vemos hoje o mesmo processo em operação em todo o mundo. A decadência moral piora constantemente. Muitos grupos de jovens advogam a liberdade sexual; muitos estudantes de faculdade não acham nada demais em trazer colegas do sexo oposto ao seu quarto para passar a noite ou em viverem juntos sem serem casados; e alguns líderes religiosos falam às claras em defesa da homossexualidade.
Expressando o livre e leviano conceito do sexo que vem sendo adotado, o Dr. Joseph Fletcher, professor da Faculdade Teológica Episcopal de Cambridge, Massachusetts, declarou:
“Nenhum ato sexual entre pessoas competentes para dar o consentimento mútuo deve ser proibido, exceto quando envolve quer a sedução de menores quer uma ofensa contra a ordem pública.”
Não se parece isso com a antiga Roma?
A promiscuidade sexual, o uso de drogas estimuladoras dos sentidos e o excesso de bebidas alcoólicas são todos parte da busca frenética de prazeres sensuais que engolfou não só os jovens mas também os adultos. Em resultado, as doenças venéreas atingem proporções epidêmicas, apesar das formas modernas de tratamento; filhos ilegítimos e abortos continuam a aumentar, e o alcoolismo e o vício de entorpecentes criam rapidamente problemas.
Desde a Segunda Guerra Mundial até 1961, a homossexualidade masculina só na Grã-Bretanha aumentou 600 por cento, e, em 1967, os filhos ilegítimos ali atingiram 70.000. Segundo o Chicago’s American, de 11 de março de 1968, o índice de filhos ilegítimos nos Estados Unidos, entre os anos de 1938 e 1965, subiu vertiginosamente, não só entre os jovens, mas especialmente entre os adultos. O jornal noticiou que o índice de filhos ilegítimos “para o grupo de mães entre as idades de 15-19 anos aumentou 123 por cento”. Daí, declarou: “Mas, no grupo de 40 ou mais idade, aumentou 300 por cento; no grupo de 35-39, 400 por cento; no grupo de 30-40, 673 por cento.”
Certa mãe na Rodésia disse: “Minha filha teve um aborto pouco depois de completar 17 anos. . . . Hoje em dia, nenhuma mocinha está segura. Se as mães tiverem a coragem de perguntar a verdade as suas filhas (e a obtêm) podem sofrer desagradável choque.” Quanto isto se assemelha à Roma antiga!

Divertimento
Como se deu com o Império Romano, o divertimento hoje em dia não contribui em geral para instilar boa moral, respeito pela vida humana, compaixão e altruísmo. Em The Saturday Evening Post, de 5 de novembro de 1960, fez-se a seguinte observação com respeito à literatura e ao teatro populares: “O realismo [na literatura] se transformou em sexo, sadismo, choque e degeneração. . . . Semelhantemente, em nosso teatro a única matéria válida veio a ser a obscenidade, a blasfêmia e a decadência, nossos gostos ficaram tão entediados que as nuanças do comportamento humano normal não mais nos interessam. Há um sombrio precedente histórico para isto. Os empanturrados e enfastiados aristocratas romanos, só por emoção, comiam um condimento feito de peixe putrefeito enquanto assistiam às pessoas serem estraçalhadas na arena.”
Sendo apresentada regularmente toda forma de brutalidade, sadismo e degeneração moral humanos na televisão e nas telas de cinema como “divertimento”, não é a presente geração semelhante aos romanos que assistiam avidamente a coisas similares em seus teatros e arenas?
Vemos também hoje o mesmo amor sobrepujante ao dinheiro que contribuiu para a corrupção do Império Romano. Nós negócios e no governo, os princípios justos com demasiada freqüência dão lugar à busca gananciosa de dinheiro. Nos países por todo o mundo, a decadência moral é manifesta na prática regular de subornar os funcionários do governo a fim de obter a aprovação de um contrato, conseguir passar coisas pela alfândega, e assim por diante. De tempos a tempos, a má conduta de líderes políticos em aceitar subornos ou empregar mal os fundos públicos se torna tão escandalosa que sai nos jornais. Assim, as pessoas estão em geral bem a par da existência da corrupção política.
Com respeito a essa ganância pelo dinheiro, o Dr. Stuart A. MacCorkle, diretor do Instituto de Assuntos Públicos da Universidade do Texas, comentou: “A mim me parece que o tema do dia é tirar o máximo que puder não importa como o obtenha — e grande parte desta atitude provém das altas camadas.” Manifesta-se na crescente desonestidade dos empregados, nas práticas clandestinas tão comuns no mundo dos negócios e no persistente aumento do índice de crimes. Pelo amor ao dinheiro, jovens e adultos anárquicos estão tornando as ruas das cidades tão inseguras de se andar como eram as ruas na antiga Roma.
O que deveremos concluir quando vemos todas essas evidências de decadência moral no mundo hoje? Não é óbvio que o mundo segue uma vereda similar? No tempo atual, porém, não é apenas uma só nação, ou um só império, que está infetado; é o inteiro sistema global de coisas.
Observando a tendência das coisas lá atrás, na última parte do século dezenove, o historiador John Lord disse, após escrever sobre a queda do Império Romano:
“Mas, se no meio de nossos magníficos triunfos da ciência e da arte, aceitássemos o Epicurismo dos antigos e caíssemos em seus modos de vida, então haveria o mesmo declínio que os caracterizou, — quero me referir à virtude e à moral pública, — e haveria a mesma penalidade.”
Desta vez, porém, haverá diferença.
A queda derradeira do mundanismo virá, não às mãos dos homens mas como julgamento de Deus, conforme predito há muito na profecia bíblica. É ali na Bíblia e nos ensinos da Igreja que também encontramos esperança de algo melhor — o Reino de Deus que jamais sofrerá decadência moral interna. Faremos bem de informar-nos sobre isso.

2 comentários:

Klaus disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Emerson disse...

Devido a forma como o usuário Klaus emitiu seu comentário (com palavrões) não o postei aqui. Peço por favor que edite seu comentário sem palavrões, então eu posto.

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