O que é a conversão cristã?

quinta-feira, 17 de março de 2011


O arrependimento assinala a interrupção do proceder errado da pessoa, a rejeição deste modo errado de agir e a determinação de seguir o proceder correto. Se for genuíno, portanto, seguir-se-á a “conversão”. (At 15,3) Tanto em hebraico como em grego, os verbos relacionados com a conversão (hebr.: shuv; gr.: stréfo; epistréfo) significam simplesmente “re[tornar], dar meia-volta ou voltar[-se]”. (Gên 18,10; Pr 15,1; Je 18,4; Jo 21,20; At 15,36) Usado em sentido espiritual, pode referir-se quer a desviar-se de Deus (portanto, retornar a um proceder pecaminoso [Núm 14,43; De 30,17]), quer a retornar a Deus, recuando dum proceder errado. — 1Rs 8,33.
A conversão subentende mais do que uma simples atitude ou expressão verbal; envolve as “obras próprias de arrependimento”. (At 26,20; Mt 3,8) É uma ativa ‘procura’, ‘busca’, ‘indagação’ por Deus de todo o coração e toda a alma. (De 4,29; 1Rs 8,48; Je 29,12-14) Isto, necessariamente, significa buscar o favor de Deus por “escutar a sua voz”, segundo expressa na Palavra dele (De 4,30; 30,2.8), ‘mostrar perspicácia quanto à sua veracidade’ através de melhor entendimento e apreço de seus modos e de sua vontade (Da 9:13), observar e “guardar” seus mandamentos (Ne 1,9; De 30,10; 2Rs 23,24-25), ‘guardar a benevolência e a justiça’ e ‘constantemente esperar em Deus’ (Os 12,6), abandonar qualquer tipo de idolatria, de modo a ‘dirigir o coração inabalavelmente para Deus e servir somente a ele’ (1Sa 7,3; At 14,11-15; 1Te 1,9-10), e andar nos Seus caminhos e não no caminho dos gentios (Le 20,23), ou no seu próprio caminho. (Is 55,6-8) Orações, sacrifícios, jejuns e a observância de festividades sagradas não têm significado ou valor algum perante Deus, a menos que venham acompanhados de boas obras, da justiça, da eliminação da opressão e da violência, e do exercício da misericórdia. — Is 1,10-19; 58,3-7; Je 18,11.
Isto exige “um novo coração e um novo espírito” (Ez 18,31); a modificação do modo de pensar, da motivação e do objetivo na vida da pessoa, produz uma nova atitude mental, uma nova disposição e uma nova força moral. Para alguém que muda seu proceder na vida, o resultado é uma “nova personalidade, que foi criada segundo a vontade de Deus, em verdadeira justiça e lealdade” (Ef 4,17-24), livre da imoralidade, da cobiça, bem como da linguagem e da conduta violentas. (Col 3,5-10; contraste isso com Os 5,4-6.) Para tais pessoas, Deus faz com que o espírito de sabedoria ‘borbulhe’, tornando-lhes conhecidas as Suas palavras. — Pr 1,23; compare isso com 2Ti 2,25.
De modo que o arrependimento genuíno causa um verdadeiro impacto, gera forças, motiva a pessoa a ‘dar meia-volta’. (At 3,19) Por isso Jesus podia dizer aos de Laodicéia: “Sê zeloso e arrepende-te.” (Ap. 3,19; compare isso com Re 2,5; 3,2-3.) Há evidência de ‘grande seriedade, reabilitação, temor piedoso, saudade e o endireitamento do errado’. (2Co 7,10, 11) A ausência da preocupação de corrigir os erros cometidos demonstra falta do verdadeiro arrependimento. — Veja Ez 33,14-15; Lu 19,8.
A expressão “homem recém-convertido”, “neófito” (Al), em grego (neófytos) significa literalmente “recém-plantado” ou “recém-crescido”. (1Ti 3,6)

Extraído de enciclopédia bíblica

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