Perguntas que requerem resposta

domingo, 20 de março de 2011


Em algum  momento de sua vida talvez se tenha perguntado: ‘Se Deus existe, por que permite tanto sofrimento? E por que o permitiu por tanto tempo assim, no decorrer de toda a história humana? Acabará algum dia o sofrimento?’
Por não terem respostas satisfatórias a tais perguntas, muitos ficam amargurados. Alguns até mesmo deixam de crer em Deus, ou culpam-no por seus infortúnios.
Por exemplo, um homem que sobreviveu ao Holocausto, o assassinato de milhões de pessoas pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial, estava tão amargurado que disse: “Se alguém lambesse meu coração, ficaria envenenado.” Outro homem que sofreu em resultado duma perseguição étnica que causou a morte de amigos e familiares na Primeira Guerra Mundial, perguntou amarguradamente: “Onde estava Deus quando precisávamos dele?”
Assim, muitos estão perplexos. Do ponto de vista deles, parece incoerente um Deus de bondade e amor permitir que coisas ruins ocorram por tanto tempo.

O Que as Pessoas Têm Feito
É certamente verdade que as pessoas têm cometido enormes males contra outras no decorrer dos séculos — de fato, por milhares de anos. A magnitude e o horror de tudo isso choca a imaginação.
À medida que a civilização supostamente progredia, os humanos inventaram cada vez mais instrumentos horrendos para destruir ou mutilar outros: artilharia, metralhadoras, aviões de guerra, tanques, mísseis, lança-chamas, armas químicas e nucleares. Em resultado disso, só no século XX, as guerras das nações mataram cerca de cem milhões de pessoas! Outras centenas de milhares foram feridas ou sofreram de diferentes maneiras. E seria impossível avaliar a quantidade de bens destruídos, tais como casas e propriedades.
Pense na imensa tristeza, na agonia e nas lágrimas que a guerra tem causado! Com muita frequência, são os inocentes que sofrem: homens e mulheres de idade, crianças e bebês. E com muita frequência, muitos dos que cometeram as perversidades não tiveram de prestar contas dos seus atos.
No mundo inteiro, o sofrimento prossegue até o momento. Todos os dias, pessoas estão sendo assassinadas ou são vítimas do crime. São feridas ou morrem em acidentes, que incluem calamidades naturais tais como tempestades, enchentes e terremotos. Sofrem injustiça, preconceito, pobreza, fome ou doenças, ou de numerosas outras formas.
Como poderia um Deus bom ter criado algo — a humanidade — que tem sofrido tão terrivelmente, com tanta frequência, século após século?

Um Dilema no Corpo Humano
Este dilema se reflete até mesmo no corpo humano. Cientistas e outros que o estudaram concordam que o corpo humano foi maravilhosa e magnificamente feito.
Considere só alguns de seus aspectos magníficos: o incrível olho humano, que câmera alguma consegue copiar; o assombroso cérebro, que faz o mais avançado computador parecer primitivo; a maneira em que as partes intricadas do corpo cooperam sem nenhum esforço consciente; o milagre do nascimento, que produz um lindo bebê — uma réplica dos seus pais — em apenas nove meses. Muitos concluem que essa obra-prima de design, o corpo humano, teve de ser criada por um magistral projetista — o Criador, o Deus Todo-Poderoso.
Mas, infelizmente, esse mesmo corpo maravilhoso se deteriora. Com o tempo, é acometido por doença, velhice e morte. Por fim, transforma-se em pó. Que lástima! Justamente quando a pessoa poderia tirar proveito das décadas de experiência e tornar-se mais sábia, o corpo entra em colapso. Que patético contraste, no seu fim, com o potencial de saúde, vitalidade e beleza que o corpo tinha no início!
Por que o Criador amoroso faria algo tão magnífico como o corpo humano, só para terminar de modo tão triste? Por que criaria ele um mecanismo que começa tão bem, com tanto potencial, mas que termina tão mal?

A Explicação Que Alguns Dão
Alguns têm dito que a iniqüidade e o sofrimento são instrumentos que Deus usa para aprimorar o nosso caráter através de adversidades. Certo clérigo metodista asseverou: “Faz parte do plano de Deus para a salvação os bons pagarem pelos maus.” Ele queria dizer que, para desenvolverem o caráter e serem salvos, os bons precisam sofrer com os atos dos maus, como parte do plano de Deus.
Mas, será que um pai humano amoroso procuraria aprimorar o caráter de seus filhos por planejar torná-los vítimas dum criminoso depravado? Tome em consideração também que muitos jovens são mortos em acidentes, ou são assassinados, ou morrem na guerra. Tais vítimas jovens não teriam mais nenhuma oportunidade de aprimorar seu caráter, pois estariam mortas. Assim, a idéia de que o sofrimento é permitido para aprimorar o caráter simplesmente não tem sentido.
Nenhum pai humano razoável e amoroso desejaria que o sofrimento ou a tragédia sobreviessem àqueles a quem ama. De fato, um pai que planejasse o sofrimento daqueles a quem ama, para ‘desenvolver o caráter’ deles, seria considerado inapto, até mesmo mentalmente desequilibrado.
Então, poder-se-ia dizer razoavelmente que Deus, o supremo Pai amoroso, o Criador todo-sábio do universo, planejou deliberadamente o sofrimento como parte de seu ‘plano para a salvação’? Isso equivaleria a atribuir a ele uma qualidade extremamente cruel e horrenda, uma qualidade que todos nós consideramos inaceitável até mesmo para os humanos, que são criaturas inferiores.

Descobrindo as Respostas
A que podemos recorrer em busca de respostas às perguntas acerca do motivo de Deus permitir o sofrimento e a iniquidade? Uma vez que as perguntas envolvem a Deus, faz sentido ver o que ele próprio fornece em matéria de respostas.

O CEC (Catecismo da Igreja Católica) reza:
272 - A fé em Deus Pai Todo-Poderoso pode ser posta à prova pela experiência do mal e do sofrimento. Por vezes, Deus pode parecer ausente e incapaz de impedir o mal. Ora, Deus Pai revelou sua Onipotência da maneira mais misteriosa no rebaixamento voluntário e na Ressurreição de seu Filho, pelos quais venceu o mal. Assim, Cristo crucificado é "poder de Deus e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (1Cor 1,25). Foi na Ressurreição e na exaltação de Cristo que o Pai "desdobrou o vigor de sua força" e manifestou "que extraordinária grandeza reveste seu poder para nós, os que cremos" (Ef 1,19- 22).
A Bíblia Sagrada, as Escrituras Sagradas, independente do conceito que se tenha sobre tal fonte, vale a pena examiná-la, pois, como disse o apóstolo Paulo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa. . . para endireitar as coisas.” (2 Timóteo 3,16) Ele também escreveu: “Quando recebestes a palavra de Deus, que ouvistes de nós, vós a aceitastes, não como a palavra de homens, mas, pelo que verazmente é, como a palavra de Deus.”  — 1 Tessalonicenses 2,13.

O CEC resume:
275 - Juntamente com Jó, o justo, nós confessamos: "Reconheço que tudo podes e que nenhum dos teus desígnios fica frustado" (Jó 42,2).

276 - Fiel ao testemunho da Escritura, a Igreja dirige com freqüência sua prece ao "Deus Todo-Poderoso e eterno" ("omnipotens sempiterne Deus..."), crendo firmemente que "nada é impossível a Deus" (Lc 1, 37).

277 - Deus manifesta sua onipotência convertendo-nos dos nossos pecados e restabelecendo-nos em sua amizade pela graça ("Deus, qui omnipotentiam tuam
parcendo maxime et miserando manifestas... - O Deus, que manifestais o vosso poder sobretudo na misericórdia".

278 - Se não crermos que o amor de Deus é Todo-Poderoso, como crer que o Pai pôde nos criar, o Filho, remir-nos, o Espírito, santificar-nos?
Descobrir as respostas às perguntas sobre o motivo de se permitir o sofrimento é mais do que um simples exercício intelectual. As respostas são cruciais para entendermos o que está ocorrendo neste exato momento no cenário mundial, o que ocorrerá no futuro próximo, e como cada um de nós é afetado.
Temos a obrigação moral de deixar que a Bíblia e a Igreja, o canal de comunicação de Deus para a família humana, falem por si mesmos. Então, o que diz ela sobre como começou o sofrimento e por que Deus o permite?
Uma chave para entendermos a resposta tem que ver com a maneira que somos feitos, mental e emocionalmente. A Bíblia mostra que o Criador implantou em nossa constituição quais humanos a seguinte qualidade crucial: o desejo de liberdade. Consideremos brevemente o que exatamente está envolvido no livre-arbítrio para os humanos e como isso tem que ver com o motivo de Deus permitir o sofrimento.

Santa Teresa de Lisieux, a "Pequena Flor de Cristo" sabiamente disse:
"O sofrimento é o melhor dom que Ele nos dá. Ele os dá somente a seus amigos escolhidos".
Que Deus nos dê a graça de, nos sofrimentos, desolações e solidão, pensarmos Nele e confiarmos Nele.

1 comentários:

FM disse...

Emerson, parabéns pela excelente matéria e pela forma como abordou esse tema!Você permitiria que eu a reproduzisse em meu blog, citando a fonte? http://moreira-crist.blogspot.com/

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