O Sábado Santo

sábado, 23 de abril de 2011




A noite de sexta-feira é o sábado. Chegam ao cenáculo os que tenham estado no sepulcro. Maria está lá. Estão as mulheres que em seu grande amor querem voltar ao sepulcro quando acabe o sábado para embalsamar os mortos com todo o amor e misericórdia que são capazes. Estão ali os apóstolos que estão silenciosos e não sabem o que dizer, porque eles não conseguiram defender Jesus e, menos ainda, estar com Ele em sua grande luta. Estão outros discípulos mui próximos. Maria se retira.

É o dia da solidão de Maria. Para ela a paixão ainda continuea em sua alma. Sofre e não há dor como a sua dor. Cada um dos gestos de seu filho torna-se presente, seus gemidos, suas palavras. O grande grito de triunfo e tristeza enche o interior. Sabe que Ele triunfou. Mas ela está sozinha. Ele não está com ela. E pensar em suas palavras "no terceiro dia ressuscitarei" e se apega a elas. É difícil de acreditar. Viu o corpo morto, perfurado por pregos, colocou a mão no lado aberto atingindo o coração. É preciso muita fé para acreditar que Ele vai ressucitar novamente, e é a escuridão na alma de Maria.

Experimenta o abandono como Jesus experimentou em sua quarta palavra. O Pai se cala e Mãe se torna a única crente. Sua fé é a de uma nova Eva que crê contra toda a evidência dos sentidos e da experiência. E as horas do sábado transcorrem lentas, com oração no Getsêmani. Passa a noite do sábado minuto a minuto e a oração não cessa na qual ela nunca deixou de crer.

Reproduzido com permissão do autor,
Casos Enrique, "Três anos com Jesus",
Ediciones internacionales universitarias
pedidos: eunsa@cin.es

Tradução: Emerson de Oliveira

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