Aborto — e “a fonte da vida”

quarta-feira, 18 de maio de 2011


ATUALMENTE, graças à tecnologia moderna, os médicos podem verificar facilmente o sexo dum feto. Mas quem pode verificar a sua índole? Quem pode ver seu potencial como alma vivente e humana? (Gênesis 2,7) Somente Deus pode, visto ser ele “a fonte da vida”. (Salmo 36,9) Considere os seguintes exemplos bíblicos.
As leis patriarcais de herança relacionavam-se ao primado do primogênito. Todavia, quando Rebeca, esposa de Isaque, apresentou dupla gravidez, Deus lhe disse: “O mais velho servirá ao mais jovem.” A vida de seus dois filhos, Jacó e Esaú, testificou que Jeová entendia as personalidades deles, muito antes de terem nascido. — Gênesis 25,22-23.
Séculos mais tarde, um anjo disse ao sacerdote Zacarias que a esposa deste, Elisabete, teria um filho que devia ser chamado de João. Seria privilégio deste filho, mais tarde conhecido como João, o Batizador, preparar o caminho para Jesus, o Messias. Humildade mental era um requisito obrigatório para tal comissionamento, como Deus bem sabia. — Lucas 1,8-17.

O Feto Humano — Quão Precioso?
O Rei Davi reconheceu: “[Tu, ó Senhor] mantiveste-me abrigado no ventre de minha mãe. . . . Teus olhos viram até mesmo meu embrião, e todas as suas partes estavam assentadas por escrito no teu livro.” E isso se dá igualmente com qualquer um de nós. — Salmo 139,13-16.
Toda gravidez humana é preciosa para “a fonte da vida”, Deus. Exatamente quão preciosa é, a Lei Mosaica torna claro em Êxodo 21,22-23: “E caso homens briguem entre si, e eles realmente firam uma mulher grávida . . . se acontecer um acidente fatal, então terás de dar alma por alma.”
Algumas traduções da Bíblia fazem parecer que, nesta lei, a questão crucial era o que acontecia com a mãe, e não com o feto. O texto hebraico original, porém, refere-se a um acidente fatal quer com a mãe, quer com o filho.

Modo de Pensar dos Cristãos Primitivos
Depois da morte dos apóstolos de Jesus Cristo, no primeiro século, muitos homens elucidaram os ensinos deles. Tais escritores não eram inspirados, como eram os escritores da Bíblia, mas seus comentários são de interesse, uma vez que refletem o modo de pensar religioso de seu tempo quanto a esta questão crucial. Eis aqui alguns trechos selecionados.


A Carta de Barnabé, capítulo 19:5 (c. 100-132 d.C.)
“Não deveis matar a criança por meio de aborto; nem, tampouco, deveis destruí-la depois de nascer.”
O Dídaque, ou O Ensino dos Doze Apóstolos (c. 150)
“Este é o Caminho da Vida: . . . Não deveis matar a criança no ventre da mãe, nem assassinar o bebê recém-nascido.”
Tertuliano: Apologia, capítulo 9:8 (c. 197)
“Mas, para nós, proíbe-se o assassinato de uma vez para sempre. Não se nos permite destruir nem mesmo o feto no ventre, enquanto o sangue ainda esteja sendo tirado para formar um ser humano. Impedir o nascimento duma criança é assassinato por antecipação. Não faz diferença se alguém destrói a vida já nascida, ou interfere com seu nascimento. Aquele que virá a ser um homem já é um.”
Basílio: Carta a Anfíloco (347)
“Aquela que deliberadamente destruiu um feto tem de pagar a pena de assassinato. E para nós é inadmissível qualquer distinção sutilíssima quanto a se o feto já estava formado ou não.”

O Conceito Cristão
Em qualquer ocasião pode ocorrer um aborto espontâneo, ou abortamento, devido às imperfeições humanas ou a um acidente. Outra coisa bem diferente é um aborto provocado de modo deliberado, contudo, simplesmente para evitar o nascimento dum filho indesejado. De acordo com as Escrituras, como vimos, é premeditadamente tirar uma vida humana.
Quem é “Aquele que estirou a terra e seu produto, Aquele que dá respiração ao povo sobre ela e espírito aos que andam nela”? Não é o homem, mas é a Fonte de toda vida, Deus. (Isaías 42,5) Nossa capacidade, dada por Deus, de transmitir a vida a nossos descendentes é um precioso privilégio a respeito do qual, como se dá com todas as demais coisas, “cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus”. — Romanos 14,12.

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