Cresce intolerância ao catolicismo na socialista Espanha

domingo, 22 de maio de 2011



Entidades espanholas agem para demonstrar o crescimento das violações à liberdade religiosa no país.
A Associação Estatal de Advogados Cristãos (AEAC) denunciou à ONU 153 violações desse tipo registradas desde 2004.
A presidente desta associação, Polonia Castellanos, apresentou no dia 16 de maio ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em Genebra, um relatório sobre os ataques à liberdade religiosa.
A AEAC denuncia o governo Zapatero por “violações reiteradas, persistentes e manifestas dos direitos humanos relacionados com a liberdade de religião ou de crença na Espanha”.
Entre elas, figuram ataques a sacerdotes, imagens e igrejas católicas. Apontam-se ações como o fechamento ao culto da basílica do Valle de los Caídos, por parte do governo, no dia 6 de abril de 2010, agressões laicistas em várias capelas universitárias, a proibição de procissões, o apedrejamento de uma livraria em Madri. O relatório assinala ainda exposições e espetáculos ofensivos.
Há inclusive insultos e ameaças a bispos, proferidas publicamente por grupos e entidades, com o convite a atear fogo na Conferência Episcopal, lançado durante um manifesto pró-aborto em setembro de 2009.
Citam-se ainda a declarações ofensivas de representantes do governo, de políticos e de altos cargos.
A associação pediu à ONU que investigue os fatos e sancione o governo espanhol no caso de responsabilidade provada.
Segundo a AEAC, se a Espanha não tomar medidas contra as crescentes ondas de ataque laicista ou antirreligioso, poderá ver comprometido seu voto na Comissão de Direitos Humanos da ONU, medida que os denunciantes solicitaram.
Hostilidade
O próprio Papa referiu-se à questão da liberdade religiosa na Espanha, no discurso que dirigiu no dia 16 de abril à nova embaixadora do país na Santa Sé, María Jesús Figa.
Bento XVI assinalou que atualmente “não faltam formas, frequentemente sofisticadas, de hostilidade contra a fé, que se expressam às vezes renegando a história e os símbolos religiosos, nos quais se reflete a identidade e a cultura da maioria dos cidadãos”.
Ele destacou que a liberdade religiosa não só é violada com a discriminação ou a profanação, mas também com o ato de denegrir ou fazer chacota.
Bento XVI propôs uma visão diferente da religião, que a considere uma dimensão “inerente à dignidade da pessoa humana” e “uma arma autêntica da paz, porque pode mudar e melhorar o mundo”.
(Patricia Navas)

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