A Igreja, os cristãos e a escravidão através dos séculos - parte II

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012



Continuação da série de documentos e referências que demonstram a luta da Igreja e do cristianismo contra a escravidão.
O livro "Os papas e a escravidão", escrito pelo pe. Joel S. Panzer (Alba House, 1996), mostra que os papas condenaram a escravidão racial desde antes de 1435. A maioria das informações que colhi encontram-se neste livro.
O problema e história da escravidão são bastante complexas. Ao longo da história, a Igreja viu-se entre culturas que praticam a escravidão e teve que lidar com isso. Há muitos exemplos de santos que compravam escravos e depois os libertava (por exemplo, São Nicolau, os Padres Trinitários e os Padres Brancos). Infelizmente, houve também católicos e até mesmo clérigos, que participaram da escravidão, e seus pecados causaram escândalo para a Igreja.

Para complicar ainda mais esta questão, existem diferentes formas de escravidão. Apesar de repugnante à nossa sensibilidade moderna, a servidão não é sempre injusta, como a servidão penal para criminosos condenados ou a servidão livremente escolhida para pessoas por razões financeiras. Estas formas são chamadas apenas de servidão titular. A Décima Terceira Emenda da Constituição dos EUA, que pôs fim à escravidão racial nosEUA, permite a servidão titular apenas punir criminosos.

Durante os tempos bíblicos, um homem podia vender-se voluntariamente à escravidão, a fim de pagar suas dívidas (Dt 15,12-18). Mas como escravos, deviam ser libertados no sétimo ano ou no ano do Jubileu (Lv 25,54). A Igreja tolerava apenas o título, a servidão por um tempo porque não é errada em si mesmo, embora possa ser seriamente abusada. Os papas, no entanto, se opuseram consistentemente à escravidão racial que completamente carece de qualquer justificativa moral.

Para saber mais:

Livro "Os papas e a escravidão", de Joel Panzer: http://www.churchinhistory.org/pages/booklets/slavery.pdf

1 comentários:

Anônimo disse...

pelo visto os catolicos continuam tentando apagar a historia em seu revisionismo.

Romanos Pontifex:
4 – Por isso nós, tudo pensando com devida ponderação, por outras cartas nossas concedemos ao dito rei Afonso a plena e livre faculdade, dentre outras, de invadir, conquistar e subjugar quaisquer sarracenos e pagãos, inimigos de Cristo, suas terras e bens, a todos reduzir à servidão e tudo aplicar em utilidade própria e dos seus descendentes. Por esta mesma faculdade, o mesmo D. Afonso ou, por sua autoridade, o Infante legitimamente adquiriram mares e terras, sem que até aqui ninguém sem sua permissão neles se intrometesse, o mesmo devendo suceder a seus sucessores. E para que a obra mais ardentemente possa prosseguir.

5 – De moto próprio, e depois de amadurecida reflexão, em plenitude do poder apostólico, queremos que o teor daquelas cartas se considere, palavra por palavra, inserto nesta com todas e cada uma das cláusulas nelas contidas, vigorando até para quanto foi adquirido antes da data daquela faculdade, como para quanto posteriormente pode ou possa ser conquistado aos infiéis e pagãos, províncias e ilhas, portos e mares, incluindo ainda a conquista desde os cabos do Bojador e Não até toda a Guiné e, além dela, toda a extensão meridional; tudo declaramos pertencer de direito in perpetuum aos mesmos D. Afonso e seus descendentes, e ao Infante.

em bom portugues: escravize-os, desde que os torne bons catolicos. até quando os católicos vão continuar a ser escravos?

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