O TRAIDOR DO MOVIMENTO

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O texto é de um ateu, mas gostei muito por causa de sua sinceridade em desmascarar o falsário do auto-intitulado "presidente da ATEA", Daniel Sottomaior, e resolvi publicar aqui:

A melhor contribuição do cristianismo na humanidade é a rabanada, sem dúvida. Não faço a menor ideia de onde ou por que se originou essa tradição no Natal, mas o que ela tem de simples e cretina, tem de saborosa. Na noite de 24 de dezembro comi rabanada e assisti à missa do Galo. No dia seguinte, comi restos de peru com farofa. Quando me serviram as rabanadas que sobraram, só não me benzi para não errar a ordem dos ombros direito e esquerdo. Sacrilégios à parte, o Natal me fez conhecer – como sermpre – novas e boas piadas sobre Jesus e seus seguidores. Alguns dias antes, porém, havia entrado numa comunidade contra o maior grupo de ateísmo do Brasil. E não era crise de identidade, muito pelo contrário.

Daniel Sottomaior. Você que gosta de discutir fé certamente já viu esse cidadão em algum lugar. Ele se auto-intitulou presidente da ATEA – Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos. Entre seus projetos estão a criação do dia nacional do orgulho ateu, campanhas de desconversões em massa (?), a luta pelos direitos dos ateus (??), e a substituição dos dizeres “Deus seja louvado” nas cédulas de dinheiro por “Eu seja louvado”. A que mais me chamou a atenção foi a tal campanha ateísta. Cartazes colocados em ônibus citando a religiosidade de Hitler e os atentados do World Trade Center. Por enquanto, podemos concluir apenas que a “campanha” está fadada ao fracasso, mas é aí que a coisa começa a ficar esquisita. Toda a verba para essa campanha foi arrecadada por Daniel Sottomaior dos membros da ATEA, que dão contribuições mensais à associação. Além dessa contribuição, Sottomaior pede uma doação extra para a campanha, indo, inclusive, aos fóruns tirar satisfação com quem não havia contribuído. Se a Inglaterra teve Bertrand Russell e hoje tem Richard Dawkins, nós temos um Silas Malafaia evolucionista.

Quando escrevi sobre o movimento gay, puderam chamar minhas opiniões de preconceituosas. Então eu assumo meu preconceito contra movimentos superestimados. O saldo nunca é positivo. Se o seu movimento é majoritário na sociedade, você é segregacionista; se ele é minoritário, você é megalomaníaco. E luta pelos direitos? Repito aqui tudo o que eu disse no outro texto. Os ateus, assim como qualquer outro cidadão, já tem seus direitos estabelecidos pela constituição – pelo menos em teoria –, e ponto final. Espernear por mais direitos é típico de minoria querendo impor suas ideias na marra, evidenciando a falta de argumentos lógicos. Os gays fazem isso como ninguém. E muitos ateus estão indo pelo mesmo caminho, sob a batuta controversa de Sottomaior. O ateísmo é um pensamento filosófico, e está sendo tratado como uma congregação. Sua principal característica é o livre pensamento, e isso, por si só, dispensa um “líder intelectual”.

Movimentos são emburrecedores pela perda do pensamento individual e do senso crítico em prol de um coletivo superestimado, e o que era filosofia vira paixão. Se eu não consigo compreender a paixão em algo como o futebol, claro que não vou digerir a desmoralização do livre pensamento. Se eu fosse membro da ATEA, teria que dar explicações sobre ter participado de uma ceia e assitido à missa do Galo. Daniel Sottomaior me chamaria de fraco. E eu sou mesmo. Aceito Jesus Cristo em troca de uma rabanada.

Fonte: http://droozeriv.blogspot.com/2010/12/o-traidor-do-movimento.html

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