Um dos ateus mais conhecidos do mundo, o biólogo e escritor Richard Dawkins, fez declarações polemicas sobre a religião em uma entrevista dada durante o Festival de Literatura em Jaipur, na Índia.
Dawkins tem 71 anos e é autor do best-seller “Deus, um delírio”. Na última segunda feira o biólogo deu declarações afirmando que espera que aconteça logo “a morte completa da religião organizada”, ele afirmou esperar que isso aconteça ainda durante sua vida.
Segundo o The Times of India o biólogo falou ainda da ausência do escritor Salman Rushdi no festival, fato que ele chamou de uma “desgraça lamentável”. Rushdi não viajou para a Índia para participar do festival porque está recebendo ameaças de morte de grupos religiosos fanáticos.
Salman Rushdi é autor do polêmico livro “Versos Satânicos”, no qual critica os muçulmanos pela perseguição a fiéis de outras crenças. Esse livro é o motivo pelo qual em 1989 o aiatolá Khomeini, do Irã, ofereceu dinheiro ao muçulmano que matasse Rushdie.
Residente na Grã-Bretanha o escritor precisou passar alguns anos sob proteção da polícia por causa das ameaças. Apesar de a fatwa (manifestação de uma autoridade religiosa com base Islã) do aiatolá iraniano ter sido suspensa, nas vésperas do festival de Jaipur líderes muçulmanos voltaram a defender a morte de Rushdie.
Dawkins comparou a perseguição sofrida pelo colega com um episódio que ocorreu no século 16, quando católicos escreveram a uma autoridade do Vaticano para saber se poderiam matar a rainha Elizabeth I por ter levado milhões de fiéis para a Igreja Anglicana. O cientista disse que, na ocasião, o Vaticano respondeu que seria um ato “louvável”.
Dawkins criticou ainda um suposto salvo-conduto que os líderes religiosos têm para pregar o ódio, e disse que, por isso, é preciso combater “o vírus da fé”.
Fonte:
Gospel+
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