ZENIT - Papa na Inglaterra: expectativa de mostrar a beleza do catolicismo

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Porta-voz reflete sobre a viagem pontifícia de setembro

ROMA, sexta-feira, 19 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – O porta-voz da Santa Sé afirma que a viagem de Bento XVI à Inglaterra será uma oportunidade de apresentar a uma sociedade secularizada a contribuição positiva e a beleza da fé cristã e da Igreja Católica.

O jesuíta padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa vaticana, ofereceu sua visão sobre a viagem de 16 a 19 de setembro, em uma entrevista a Rádio Vaticano.

O porta-voz disse que o encontro do primeiro dia da viagem com a rainha “é esperado com grande intensidade e emoção”, assim como sua passagem pela Escócia.

“Esse dia em que o Papa estará na Escócia é a festa de São Ninian, patrono e evangelizador da Escócia”, recordou padre Lombardi. “Trata-se um dia muito importante para os escoceses”.

Depois haverá o encontro, com discurso do Papa, no Westminister Hall, com a sociedade, o mundo da cultura, com as maiores autoridades civis da Inglaterra. “Este será um momento que despertará grande atenção”.

Ecumenismo

Padre Lombardi afirma que a dimensão ecumênica da visita não deve ser esquecida. Esse viés inclui o encontro do Papa com o líder da Comunhão Anglicana, o arcebispo de Cantuária.

“A celebração ecumênica certamente tem um grande significado”, diz padre Lombardi. “Nós sabemos que este é um momento delicado para o Anglicanismo, diante dos confrontos internos. E é também um momento delicado para as relações com a Igreja Católica, já que os confrontos internos refletiram também nas relações entre os anglicanos e os católicos”.

Newman

Padre Lombardi considera a vigília de encerramento, no Hyde Park, e a beatificação do cardeal John Henry Newman como o “coração espiritual da visita”.

Ele mencionou o laço que une o Santo Padre ao cardeal Newman, um poeta e pastor anglicano, posteriormente acolhido na Igreja Católica e chamado ao cardinalato pelo Papa Leão XIII.

Esse laço – explicou o porta-voz vaticano –, é visível na “profunda síntese entre fé e razão” e “no vivo testemunho cristão no tempo presente, no mundo moderno, dando todas as razões da fé cristã àqueles que perguntam, dando a razão de nossa esperança para o mundo de hoje”.

Sobre a questão da venda de ingressos para alguns eventos, como por exemplo a vigília no Hyde Park, padre Lombardi esclareceu que os custos da organização da visita recaem sobre a nação que convida.

“Não é o Papa quem organiza sua própria viagem para a Inglaterra”, disse. “Então, a primeira coisa: o Vaticano não estabeleceu nenhuma dessas medidas”.

O porta-voz disse que a necessidade de pedir uma contribuição dos participantes nos três principais eventos advém do fato de que as pessoas utilizarão meios de transporte organizados; então, as autoridades eclesiásticas tiveram de emitir um passe, um passaporte específico para que cada fiel pudesse participar, além de uma mochila do peregrino, com toda informação logística e pastoral.

Estado

Em referência à novidade desta visita, comparada com a do Papa João Paulo II de 30 anos atrás, padre Lombardi disse que há muito de diferente, particularmente elementos como “a abordagem da visita em si, que tem mais um caráter de visita de Estado oficial por parte da rainha e do governo, enquanto a de João Paulo II era mais de caráter pastoral”.

“O mais desejado com essa visita é torná-la compreensível, apresentando o serviço da fé cristã e o serviço da Igreja Católica a uma sociedade muito desenvolvida, mas também muito secularizada, como é o Reino Unido”, disse o porta-voz. “Uma realidade onde talvez muitos se perguntem sobre o valor do testemunho cristão e católico na sociedade”.

“Então, tornar compreensível que isso é um dom para a sociedade, uma riqueza que se oferece como serviço espiritual, mas também como compromisso no campo educacional, no campo da saúde, da caridade, que é algo muito importante.”

“Temos esperança em que esta viagem também evidencie a beleza e a positividade do serviço do Santo Padre na sociedade, ainda mais em tempos em que vivemos momentos de controvérsias.”

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