Grandes heróis para todos os tempos: Vilmos Apor (1892-1945)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

 
 Um mártir pela segurança do rebanho

Em 28 de março de 1945, soldados russos chegaram em Gyor, Hungria. A Sexta-feira Santa estava próxima e o Bispo Vilmos Apor escreveu em seu diário:
"A Sexta-feira Santa foi o dia em que o Redentor do Mundo sacrificou sua vida para aqueles que tinha se lembrado no dia anterior em sua oração, como Sumo Sacerdote: 'Pai, eles foram seus e Tu me destes. Tomei-os sob meus cuidados aqueles que me destes"
O bispo visitou os seus sacerdotes, foi ver monjas em seus conventos, e tentou preparar todos para o que estava por vir. Muitas pessoas assustadas procuraram refúgio na residência do Bispo Apor. Sua porta estava aberta para todos em perigo, e ele estava disposto a entregar a sua vida por eles. Ele enviou os refugiados do sexo masculino para sua mansão em Szany e manteve a mulheres, crianças e idosos na sua residência em Gyor. Desde o cerco de Gyor, as visitas dos russos à residência do Bispo Apor tornaram-se mais e mais frequentes. Ele quase não dormia e dizia: "Eu tenho que estar acordado no caso de algo acontecer." Ele celebrou sua última missa na Quinta-Feira Santa. Sua sobrinha, que estava com o bispo, descreveu a missa como sendo igual a dos primeiros cristãos nas catacumbas. Na Sexta Feira Santa, ele só leu a história da paixão de Cristo. No mesmo dia, ele disse: "Todos nós devemos morrer um dia, e que dia melhor que sacrificar a própria vida por uma boa causa como um dia como este."
Naquela noite, os soldados russos chegaram à residência do Bispo e pediram para as mulheres para  "descascar batatas". O bispo sabia o que significava, pois todos queriam as mulheres. O Bispo Apor enviou os homens e mulheres idosos. Mais tarde, cinco soldados russos voltaram bêbados. Eles viram uma moça e a perseguiram. Vendo isto, o bispo Apor foi até os soldados e gritou: "Fora! Fora daqui! "Os soldados foram para a saída e dispararam contra o bispo. O sobrinho do bispo, que tentou protegê-lo, também foi ferido. O Bispo Apor foi baleado três vezes. Vendo-o, uma das mulheres disse: "Nosso pai, bispo, fizeste isso por nós!" O Bispo Apor respondeu: "De bom grado, de bom grado." Eles levaram o bispo Apor em uma maca ao hospital. Cada vez que ele via os russos, o bispo Apor os abençoava dizendo: "Que Deus os perdoe. Eles não sabem o que estão fazendo."
O Bispo Apor foi operado imediatamente. No domingo de Páscoa, sua saúde se deteriorou. Ele recebeu os últimos sacramentos. Antes de morrer, as pessoas ao redor escreveram sua última mensagem:
"Os meus sinceros cumprimentos aos meus padres. Que eles permaneçam fiéis à Igreja! Eles devem pregar o Evangelho com coragem, ajudar a reconstruir a nossa infeliz Pátria e levar nossas pobres e desencaminhadas pessoas de volta ao caminho certo. Eu ofereço todos os meus sofrimentos para compensar meus próprios pecados, e também para os meus sacerdotes, meus seguidores, os líderes do país e os meus inimigos! Peço a Deus para não responsabilizá-los pelos pecados cometidos contra a Igreja em sua cegueira. Eu ofereço meus sofrimentos pela minha amada Hungria, e para o mundo inteiro. Santo Estêvão, rogai pelos pobres húngaros ".
Ele morreu no dia seguinte, na segunda-feira de Páscoa, pela segurança de seu rebanho.

Extraído de http://20thcenturymartyrs.blogspot.com/
Tradução: Emerson de Oliveira

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