Materialismo e Imoralidade Sexual
Muitas coisas que aparecem na televisão criam no telespectador o desejo de ter coisas materiais que talvez tenham muito pouco valor prático. Neste sentido, L. E. Sissman, escrevendo em The Atlantic de fevereiro de 1974, refere-se a “horríveis espetáculos de brincadeiras de auditório . . . que acenam com cenouras [iscas] materiais” perante os participantes “e fazem com que nós [os ouvintes] fiquemos abalados com a ânsia indireta de obter o prêmio”.
Muitos comerciais visam fazer as pessoas quererem coisas de que não precisam, nem podem comprar, ou que realmente não diferem dos produtos que já possuem. E pense só no efeito dos comerciais que fazem as crianças ansiar uma dieta contínua de bolos, biscoitos, refrigerantes e cereais açucarados.
A tendência da televisão para a “nova moral” também é desalentadora. Os telespectadores perplexos vêem espetáculos que tratam do homossexualismo e lesbianismo. Plena nudez frontal já apareceu nas estações do “Public Broadcasting System” nos EUA. As comédias amiúde incluem humor dúbio. E o que dizer das “novelas”? O opúsculo TV and the New Morality (TV e a Nova Moral) observa: “As novelas do período do dia tratam francamente do adultério e, de forma casual, mostram pares de pessoas não-casadas juntas na cama.”
Tais programas apresentam, talvez, a imoralidade sexual como via de escape das frustrações duma relação marital em falência. O telespectador desatento poderia facilmente criar um sentimento de identificação com os personagens representados e poderia buscar soluções similares para seus próprios problemas. Quão insensato é expor-se a tais perigos, em vista da posição expressa de Deus sobre a imoralidade sexual, conforme se acha, por exemplo, em 1 Coríntios 6,9-10: “Não vos iludais: nem fornicadores, . . . nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, . . . terão parte no reino de Deus”! — Tradução do Pontifício Instituto Bíblico.
Naturalmente, nem todos os programas de televisão são deste tipo indesejável. E quando surge na tela algo ofensivo, tem a liberdade de mudar de canal, ou desligar o televisor. O tipo de espetáculos de TV a que assiste fica grandemente a seu critério. Se for seletivo, a televisão pode trazer-lhe proveito.
Efeito da TV nas Relações Humanas
Temos visto que a televisão pode trazer eventos e pessoas distantes bem para dentro da casa da pessoa. Pode também unir famílias que se sentam para ver um programa favorito. Será que a TV, portanto, exerce uma força unificadora sobre as pessoas? Contribui para uma família mais intimamente unida? Pode contribuir, mas, amiúde, a TV exerce um efeito oposto. Como assim?
Nos velhos dias, quando uma pessoa desejava saber de eventos ou de assuntos de importância local ou mundial, tinha de obter tais informes através da comunicação direta com outras pessoas. Os amigos se reuniam junto ao poço do povoado ou no armazém-geral para um intercâmbio de notícias e conceitos. Mas, com a televisão, as pessoas podem obter as mesmas informações sem se incomodar com seus vizinhos. Se não tiverem cuidado, podem permitir que a televisão sufoque sua iniciativa de comunicar-se com outros. Certo escritor falou dos telespectadores como sendo “anônimas assistências ilhadas, recém-separadas umas das outras”.
Pode a mesma coisa acontecer no círculo familiar? Bem, será que os membros da família tiram usualmente proveito da associação uns com os outros enquanto vêem televisão? Será que o simples fato de que se sentam perto uns dos outros cria uma sensação de apego? Um artigo intitulado “Vida Familiar nos Estados Unidos” observa:
“Os membros da família não entretêm uns aos outros quando a família vê televisão: bem amiúde, com efeito, qualquer pessoa que vê um programa de TV ignora todos os membros da família que estão presentes. A diversão da TV é uma estrada de mão única, não envolvendo esforço algum da parte da família.”Mas, quando a família vê televisão junta, isso não precisa acontecer. Podem-se dar os passos para garantir que a televisão não abra uma brecha entre os membros da família. Às refeições, para exemplificar, é insensato que as famílias deixem que a TV lhes prive da oportunidade de usufruírem a palestra uns com os outros. Afirma o produtor-escritor de televisão, Norman S. Morris:
“Quer os adultos prefiram comer separados da criança quer não, o televisor não deve ser ligado. As refeições devem ser uma ocasião agradável; fornecem a perfeita oportunidade para que os membros da família se comuniquem uns com os outros. O apego provido pelas refeições é importantíssimo para a saúde mental da unidade familiar.”Ser seletivo quanto ao que vê ajudará ainda mais a manter abertas as linhas de comunicação. Se as famílias incluírem programas de interesse educativo, a televisão pode servir como alpondra para maior comunicação. Os programas que demonstram como preparar refeições saborosas ou como consertar coisas podem levar a palestras animadas e à saudável atividade familiar. Escreve Norman Morris: “O maior poder da televisão às vezes é liberado depois que o televisor é desligado.”
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