Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Aula de latim em Bremen
Na Alemanha 740 mil jovens aprendem latim. O idioma de Cícero só perde para o inglês e o francês, em termos de interesse. Segundo os especialistas, ele é uma porta para as raízes comuns da cultura européia.
Entre os estudantes alemães de segundo grau, o latim ocupa atualmente o terceiro lugar entre os idiomas estrangeiros mais estudados e continua ganhando terreno.
O status da língua falada pelos antigos romanos é bem mais elevado do que o quase todas as neolatinas, incluindo o universal espanhol. O italiano, seu descendente direto, está longe de conquistar o interesse de tantos jovens quanto o "pai latim".
Em 2003, 654 mil estudantes da Alemanha, entre 14 e 18 anos, se ocupavam em declinar substantivos e conjugar os verbos latinos. Dois anos mais tarde, este número elevou-se em mais de 13%, chegando a 740 mil.
Somente o inglês – com dez vezes mais alunos – e o francês – duas vezes e meia mais popular – vencem o latim na corrida dos idiomas estrangeiros.
De volta às origens européias
A popularidade do idioma na Alemanha coincide com a unificação da Europa. O fenômeno é de certa forma análogo à época em que o império de Augusto César se estendia da Gália, no noroeste, à Ásia Menor, no sudeste do continente.
O latim era a língua franca num tempo em que Roma – juntamente com seu modelo, a Grécia – era o berço da moderna civilização européia. É precisamente a tentativa de entender as próprias raízes e de encontrar uma identidade européia comum que dita o atual renascimento latino, segundo Hartmut Loos, presidente da Associação Alemã de Filologia (DAV).
Estudantes que lêem Ovídio ficam conhecendo a mitologia que deixou sua marca na cultura ocidental. Eles descobrem que o continente deve seu nome à bela Europa, raptada pelo rei dos deuses, Júpiter.
"Nenhuma matéria se presta tão bem quanto o latim para nos auxiliar a entender nossas raízes européias comuns", confirma Loos. "Ele é um instrumento multifacetado, incluindo tanto idioma quanto aptidões metódicas, culturais e pessoais."
Melhores métodos de ensino, mais alunos interessados
Quem aprendeu em décadas passadas a tão apreciada língua, geralmente tem associações nada agradáveis: noites insones, memorizando tabelas de verbos e padrões de declinação nominal. Porém as experiências dos estudantes de hoje em dia são bem mais positivas.
Segundo um dos principais pedagogos alemães, Friedrich Maier, os alunos de latim possuem hoje maior autonomia. Eles têm a possibilidade de formar grupos e apresentar as próprias descobertas para os colegas, em vez de apenas responder às perguntas do professor.
Na concepção de Maier, a instrução do latim é mais do que um mero treinamento gramatical, visando formar o caráter. Nos últimos tempos, os editores também renovaram radicalmente o conteúdo dos livros didáticos, acrescentando mais informações sobre cultura, política, filosofia e cotidiano romanos.
Paladino na mídia
Ele, que faz as perguntas na versão alemã do Show do Milhão, admite que o latim e o grego antigo são difíceis. Porém compara o aprendizado desses idiomas a uma viagem.
"Latim é como pegar o caminho mais longo. Se quero chegar de A a B da forma mais rápida, tomo a auto-estrada. Porém a beleza está nas paradas pelo meio, em passar pelas cidadezinhas", comentou Jauch à revista Der Spiegel.
Milosevic mortuus
Muitos docentes de latim também apreciam o próprio trabalho, e tentam dar uma vida vibrante a essa língua "morta".
Sete professores de uma escola de Bremen, por exemplo, compilam e irradiam um boletim mensal de rádio com as principais notícias locais, nacionais e internacionais, tudo em latim.
Em março, o falecimento do antigo líder sérvio foi anunciado com o título: "Milosevic mortuus". Afinal, quidquid latine dictum sit, altum viditur. Traduzindo: "Dito em latim, tudo soa profundo".
John Kluempers (av)
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