Erros e Falácias de Richard Dawkins no debate com Craig: um resumo –parte I

segunda-feira, 14 de novembro de 2011


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Bom, como o Richard "estou fugindo com um grande borrão nas calças" Dawkins não aceitou ser respondido pelo Dr. William Craig, então posto aqui uma excelente "quase seria" querela entre os dois.


Fiquei de fazer aqui uma análise crítica do discurso de Richard Dawkins no “debate-diálogo” com William Lane Craig e outros teístas e ateus postado por mim na última semana.
Usarei, então, esse post para isso. Mas peço desculpas para os meus leitores antecipadamente, pois Dawkins é tão falacioso que é difícil pegar todos seus erros. Faço aqui apenas um resumo, bem menor que aquele feito pelo comentarista Pato Lógico nesse blog, por exemplo, mas tentando abordar todas as suas principais fraudes.
Se você quiser acompanhar, aí vão os links das três partes do debate, com legendas, siga os links abaixo. Volto depois de cada vídeo com os comentários.
  • Parte I:

Meus comentários:
Dawkins começa com uma história anedótica sobre Peter Atkins (aquele mesmo que levou uma surra do Craig – confira no site Deus em Debate) em um castelo da monarquia britânica dizendo que “Questões de significado são só perguntas tolas”.  Para esse comentário ser válido, então a premissa “(b) o Universo não tem propósito”, apresentada por Craig, deve ser verdadeira. Ora, se a vida e o Universo não tem um planejamento, então, realmente, questões de significado são tolas. Não há o que se falar em significado em um realidade cega e indiferente.
Mas para (b) ser verdadeiro, então seu antecedente “(a) Deus não existe” deve ser DEMONSTRADO como verdadeiro. E Dawkins faz isso em algum momento? Não. Ele só deu sua opinião pessoal que são tolas e depositou fé na ciência. Falo mais sobre isso em seguida.
A próxima parte do diálogo é constituída de um relato sobre crianças e procure por sentido nas coisas (se eu não estiver errado, ele retirou essa parte do seu livro Deus, um Delírio). Ele diz que “Crianças naturalmente buscam por sentido” e que “Ao que parece, alguns não crescem”. Aqui, Richard Dawkins usou a estratégia de intimidação “Ateus São Fortes, Teístas são Fracos”. Ela funciona na seguinte estrutura: o ateu é descrito como um John Wayne durão, um ser superior sentado no seu cavalo, olhando para os seres inferiores pateticamente desesperados e não evoluídos tentando fugir da ordem da realidade…. Enquanto o teísta é descrito como o bebezinho chorão e frágil que precisa ficar escondido na saia da mamãe e não consegue “crescer” de maneira alguma. Fraude pura, é claro. É apenas uma descrição psicologicamente reconfortante… para o ateu. Essa técnica é facilmente reversível: o ateu precisa se rebelar e achar alguma coisa para se destacar e se sentir especial. Então cria uma auto-imagem de “representante da ciência” e “eu aguento a realidade”. Ele não quer lidar com as pressões morais que implicam o cristianismo, de ter deveres e ter que responder por suas ações. O pensamento íntimo do ateu é “Quero adulterar, mas não quero “viver com culpa”, não aguentaria isso” – enquanto o teísta reconhece esses valores e aguenta viver sobre eles, olhando para os seres inferiores pateticamente desesperados tentando fugir da ordem da realidade…
Entederam? Isso não diz NADA sobre Deus existir ou não. Leia mais sobre o assunto no link acima.
Ainda há o conceito de “naturalmente procuramos sentido”. Essa é a falácia genética. Não se julga o valor de verdade de uma crença pela motivação ou modo de como ela se origina. Mesmo que estejamos predispostos a procurar sentido… isso não significa absolutamente NADA! Ainda pode ser o caso de Deus existir. A verdade objetiva da realidade independe dos estados mentais que a produzem. Espere: na verdade, significa sim. A ladainha de que “todos nascem ateus” ou que “a religião é uma violência imposta” vai por água abaixo, aceitando essa informação. Se o ser humano naturalmente procura respostas de significado (que a religião dá) então todos nascemos inclinados ao teísmo e a religião é uma demanda natural do homem. Logo, as reclamações neo-ateístas nesse campo são falsas. Obrigado, Dawkins!
Em seguida, Richard Dawkins começa a citar vários exemplos de sentido que eram atribuidos por alguns teístas. Se houve alguma argumentação aqui, então houve a falácia do Ampliação Indevida. Não segue que do fato deles estarem errados que o o sentido no Universo não exista (o que se deve fazer discutindo a existência de Deus, que não é refutada por meia dúzia de erros metodológicos de outras pessoas).
Depois, ele cita Darwin, para dizer que foi possível descobrir que não havia design intencional no que parecia existir. Mas isso nem de longe invalida o argumento do design. O que ele faz aqui é um mero pedido de “não percam as esperanças de que achemos para a física uma explicação tão boa para quanto a biologia”. Ele faz um espantalho dizendo que os teístas sentam e dizem “Não sabemos, então foi Deus que fez”.
Isso é mentira. O argumento do design ou Fine-Tunning é um argumento DEDUTIVO (“X é por A,B,C –> Não é por A e B –> Então é por C”), não uma mera teoria explanatória (“temos A –> a melhor hipótese para isso é B”). Para negá-lo, é preciso negar uma das premissas ou dizer que a conclusão não deriva das premissas. Em segundo lugar, o argumento não menciona “Deus”. Ele analisa os fatores e conclui dedutivamente que, não sendo a explicação nem por chance nem por necessidade física, é planejamento. E o planejador é correspondente ao padrão que temos de Deus.
Outro erro de Dawkins é que ele parece achar que se existe a possibilidade de Deus não ser o designer, então Deus não existe. Non-sense, pois (a) existem outros argumentos a favor da existência de Deus (poderiamos ter aí um argumento moral, por exemplo) e (b) ausência de evidências não é evidência de ausência. Mesmo que seja provado algum dia que Deus não é o designer do Universo, isso não leva a conclusão de sua inexistência e ainda poderiamos encontrar um sentido para nossa existência na pessoa Dele..
Sua frase final foi “Se a Ciência não puder responder, porque devemos achar que a religião conseguiria?”. Primeiro, a alçada principal da religião é relacionar Deus com o homem, não desenvolver teorias científicas. Segundo, esses argumentos do início do Universo e do Fine Tunning são analisados na esfera filosófica – não são um carteiraço “a religião disse que foi assim, então foi”.
Em toda parte I, Dawkins não conseguiu um acerto sequer. Seguimos em frente.
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[A análise continuará no próximo post, que será publicado dentro de algumas horas]

Fonte: http://teismo.net/quebrandoneoateismo/2010/11/

1 comentários:

JOCAX disse...

A Origem do Universo, segundo Jocax
João Carlos Holland de Barcellos, Outubro/2005



O problema da origem do Universo é antigo, talvez mesmo o mais antigo problema filosófico com o qual o homem já se deparou.

Se definirmos o universo como o conjunto de tudo o que existe e se supusermos que os elementos físicos nele contidos seguem regras ou leis –tais quais as leis que a Física supõe que exista- podemos concluir, como veremos, que as teorias até agora propostas não são totalmente satisfatórias. Para suprir essa deficiência estou propondo uma nova hipótese que, embora não seja testável, e, portanto, não científica, é uma teoria filosófica legitima, pois satisfaz a “navalha de ocam”, é auto-consistente e não contraria os fatos observados.....:
http://www.genismo.com/logicatexto20.htm

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